Suplementos de ômega-3 podem fazer mal para o coração, diz estudo
Muita gente toma suplemento de ômega-3 pelos benefícios que trazem para o coração. No entanto, uma nova pesquisa do Intermountain Healthcare Heart Institute em Salt Lake City, nos Estados Unidos, descobriu que alguns tipos de ômega-3 podem ter efeito contrário.
O ômega-3 é um tipo de gordura benéfica que pode ser extraída a partir de peixes como o salmão, atum, sardinha e cavala, ou em suplementos populares na forma de cápsulas. Os médicos geralmente recomendam o ômega-3 para ajudar pacientes a reduzirem o colesterol e melhorarem a saúde do coração.
No entanto, os ácidos eicosapentaenóicos (EPA), presentes em alguns suplementos de ômega-3, realmente reduzem o risco de ataques cardíacos graves ou de morte. Mas, algumas vezes há também o ácido docosa-hexaenoico (DHA), que sabota os benefícios do EPA. Se os níveis de DHA forem mais altos do que os de EPA, o suplemento ainda faz mal.
“Nossas descobertas mostram que nem todos os ômega-3 são iguais e que EPA e DHA combinados, como costumam estar em suplementos, podem anular os benefícios que os pacientes e seus médicos esperam alcançar”, disse disse Viet T. Le, pesquisador principal do estudo em comunicado à imprensa.
Os pesquisadores da Intermountain usaram o registro INSPIRE, um banco de dados da Intermountain Healthcare iniciado em 1993 que tem mais de 35 mil amostras de sangue de quase 25 mil pacientes.
Neste trabalho, os cientistas identificaram 987 pacientes que realizaram seu primeiro estudo angiográfico documentado na Intermountain Healthcare entre 1994 e 2012. A partir dessas amostras de sangue, foram medidos os níveis circulantes de EPA e DHA no sangue.
Os pesquisadores acompanharam esses pacientes por 10 anos, em busca de eventos cardíacos adversos importantes, incluindo ataque cardíaco, derrame, insuficiência cardíaca exigindo hospitalização ou morte.
Viet T. Le explica que esses resultados levantam mais preocupações em relação aos suplementos do que aos alimentos. “Com base nessas e em outras descobertas, ainda podemos dizer aos nossos pacientes para comer alimentos ricos em ômega-3, mas não devemos recomendá-los em forma de pílulas como suplementos ou mesmo como produtos de prescrição combinados (EPA + DHA)”, disse em comunicado à imprensa.