A incrível história de Patrizia Reggiani, interpretada por Lady Gaga em Casa Gucci
Casa Gucci, trama focado na história de Patrizia Reggiani (interpretada por Lady Gaga) estreou nos cinemas na semana passada. A socialite italiana é conhecida por ter mandado matar o ex-marido, Maurizio Gucci (Adam Driver), que era herdeiro da marca de luxo que levava no seu sobrenome.
O longa se baseia no livro de mesmo nome escrito por Sara Gay Forden, e tem um elenco de peso, com Jared Leto, Jeremy Irons, Al Pacino e Salma Hayek.
Abaixo, contamos um pouco mais sobre a história de Regianni — desde sua entrada na alta sociedade de Milão, ao relacionamento com Maurizio e seu assassinato. E também sobre a vida atual da socialite.
Escalada social
Patrizia Reggiani nasceu em 2 de dezembro de 1948, em uma pequena cidade próxima à Milão, no norte da Itália. Sua mãe era garçonete. Já seu pai biológico, ela jamais conheceu.
A vida de Patrizia mudou a partir dos 12 anos, quando sua mãe se casou com Ferdinando Reggiani, um empresário do setor de transportes. Com isso, a jovem começou a frequentar a alta sociedade milanesa, dentre eles, a família Gucci.
Foi em uma festa, em 1970, que a jovem conheceu Maurizio Gucci, com quem se casaria dois anos depois e teria duas filhas.
O pai de Maurizio, Rodolfo Gucci, que comandava a empresa, nunca aprovou o relacionamento. Achava que Patrizia era interesseira e usava o marido para ostentar em compras e eventos.
Declínio
O casamento começou a desandar após a morte repentina de Rodolfo, que levou Maurizio a assumir o controle da Gucci. O casal passou a ter uma série de desavenças por opiniões diferentes sobre como administrar os negócios da empresa.
Em 1985, Maurizio saiu de casa e nunca mais voltou. Patrizia acreditou que ele retomaria o casamento, mas Maurizio começou a se relacionar com outras mulheres. Eles se divorciaram em 1991.
Pelos três anos seguintes, Patrízia recebeu US$ 100 mil por mês de pensão. Apesar disso, era proibida de usar algumas das propriedades da família. “Ela viu tudo o que tentou alcançar na vida por meio de Maurizio, toda a fama, status e riqueza, escapando de suas mãos”, descreve a autora Forden.
O assassinato
Em 27 de março de 1995, Maurizio Gucci foi morto, aos 46 anos. O assassinato aconteceu quando o executivo ia para o trabalho: um homem que andava pela rua foi autor dos quatro disparos. A polícia identificou que era um matador de aluguel.
Nesse período, Patrizia mudou-se para a casa de Maurizio, em Milão, com suas duas filhas adolescentes — e expulsou Paola Franchi, então parceira do ex-marido.
Em 1997, Patrizia foi presa. A polícia italiana tinha provas de que ela havia encomendado a morte de seu ex-marido, e pago US$ 375 mil a um assassino para cometer o crime. Ela sempre negou ser mandante.
A cobertura da mídia, à época, apelidou-a de “viúva negra da moda”. Em 1998, ela foi julgada por um tribunal de Milão e, junto a quatro cúmplices, foi considerada culpada do assassinato. A pena foi de 29 anos de prisão.
As filhas do casal pediram a anulação da sentença, alegando que o tumor cerebral poderia ter afetado sua personalidade. A sentença não foi anulada, mas reduzida para 26 anos.
Hoje em dia
Patrizia acabou cumprindo 18 anos de pena e foi libertada em 2016 por bom comportamento.
Segundo o jornal The Telegraph, por conta de um acordo firmado em 1993, Patrizia ganha mais de US$ 1 milhão por ano da herança de Gucci, além das parcelas de um pagamento de US$ 22 milhões ao qual teria direito e que ficou retido enquanto esteve presa.
Desde que saiu da prisão, Patrizia vive em Milão, onde já foi vista várias vezes com sua arara de estimação no ombro.
Filme e polêmicas
Regianni ficou descontente de não ter sido envolvida na produção de Casa Gucci. Ela não receberá nada pelo filme.
Ela não é a única: os herdeiros da marca já haviam se manifestado antes do lançamento que não estavam satisfeitos com a caracterização de Al Pacino como Aldo Gucci (tio de Maurizio). Esta semana, a família divulgou uma série de acusações contra a produção.
Já o diretor Ridley Scott disse nesta entrevista feita recentemente que tentou ser “o mais respeitoso possível e se ater ao máximo aos fatos” e que os herdeiros “deveriam se sentir sortudos” por terem alguém como Al Pacino reencenando a história.
Casa Gucci já está nos cinemas.