A Enciclopédia Britannica foi a última palavra em fatos por quase um quarto de milênio, de 1766 até 2010. Agora ela é apenas mais uma vítima do mundo digital, junto com as listas telefônicas.
A Britannicaé a enciclopédia mais antiga a ser publicada em inglês e continuamente. Ela se tornou muito popular nos anos 50 e 60. Elas eram vendidas, de porta em porta, por vendedores peregrinos e eram compradas vorazmente por usuários tanto pelo repositório de conhecimento da coleção quanto pelo status que ela causava à classe média da época. Ela era o que os produtos da Apple são hoje — mesmo se as as pessoas não puderem pagar (ou mesmo nem precisem), elas ainda querem ter. E muitas pessoas a tiveram até os anos 90. 120 mil livros foram vendidos apenas nos EUA durante o pico de popularidade em 1990.
No entanto, desde o advento da internet e de sites como a Wikipedia, a demanda por enciclopédias colecionáveis caiu vertiginosamente. A Britannica simplesmente não conseguia competir com a velocidade, a novidade e a inovação da informação provida pela nova e gratuita mídia. As vendas de livros, hoje, representam menos de 1% da receita da empresa. A edição de 2010 foi a última a ser impressa.
A Encyclopaedia Britannica, a empresa por trás dos livros, agora irá refocar seus negócios em soluções interessantes de enciclopédia online e produtos escolares. “É um rito de passagem nesta nova era”, disse Jorge Cauz, presidente da Encyclopaedia Britannica Inc. “Algumas pessoas ficarão tristes, outras ficarão nostálgicas. Mas nós temos uma ferramenta melhor agora. A web é atualizada constantemente, é muito mais expansiva e é multimídia.” [NYTimes]
Imagem: Shishberg