A superfície da Lua tem cheiro de pólvora queimada

Explorar a superfície da Lua hoje em dia é fácil, mas ainda existem alguns mistérios lunares que só alguns sortudos participantes de missões Apollo conseguiram experienciar. Como, por exemplo, saber qual é o cheiro da Lua. O consenso: pólvora queimada. Em seu livro Magnificent Desolation: The Long Journey Home from the Moon (Magnífica Desolação: A Longa Jornada […]

Explorar a superfície da Lua hoje em dia é fácil, mas ainda existem alguns mistérios lunares que só alguns sortudos participantes de missões Apollo conseguiram experienciar. Como, por exemplo, saber qual é o cheiro da Lua. O consenso: pólvora queimada.

Em seu livro Magnificent Desolation: The Long Journey Home from the Moon (Magnífica Desolação: A Longa Jornada para Casa da Lua, em tradução livre), Buzz Aldrin descreveu assim: “um cheiro pungente metálico, algo como pólvora, ou o cheiro no ar após explosão de fogos de artifício,”, citando que Neil Armstrong disse que era mais como “cinzas molhadas”.

O geólogo e astronauta Harrison Schmidit pousou na lua durante a missão Apollo 17 em dezembro de 1972. “Tudo o que posso dizer é que a primeira impressão de todo mundo em relação ao cheiro era de pólvora gasta, não que era ‘metálica’ nem nada”, disse.

Então: possivelmente metálico, definitivamente carbonizado.

Por quê? Diz a NASA, “bem, não temos certeza.”

Pólvora sem fumaça e a poeira lunar são feitas de coisas completamente diferentes. A primeira é uma mistura combustível de nitrocelulose e nitroglicerina; a outra (termo técnico: regolito) é uma mistura rica em minerais de vidro pequeno de sílica produzida na forma mais impressionante possível – bilhões de anos de meteoros atingindo crateras em expansão contínua na camada superior do solo derretida e soprada em pedacinhos. Não é inflamável, mas essa era uma preocupação da Apollo 11.

Nem as mais brilhantes mentes do mundo sabem como os dois materiais tão diferentes entre si são tão parecidos neste sentido, mas algumas teorias já foram levantadas. O astronauta da ISS e engenheiro químico Don Pettit não visitou pessoalmente a lua, mas certamente a sua hipótese é a mais poética de todas:

“Imagine-se em um deserto na Terra”, ele diz. “O que você cheira? Nada, até que chova. O ar, de repente, está cheio de odores doces e turfosos. A lua é como um deserto de 4 bilhões de anos de idade. É incrivelmente seca. Quando a poeira lunar entra em contato com o ar úmido em um módulo lunar, você tem o efeito de ‘chuva no deserto’ – e alguns odores adoráveis.”

Também há uma possibilidade do aroma ser de restos iônicos de “ventos solares” que deixam vestígios escassos de hidrogênio e hélio nas partículas microscópicas que são jogadas, de certa forma, quanto entram em contato com a atmosfera da cabina de nave. Talvez seja algo quimicamente ativo. Talvez esteja oxidante. Seja lá o que se passa, assim que as partículas chegam na Terra, elas perdem o cheiro. O pessoal que foi para a Lua tentou trazer para a Terra algumas amostras em garrafas térmicas, mas não conseguiu.

Então, assim como ninguém pode ouvir o que é gritado por lá, ninguém também consegue sentir o cheiro que tem a Lua. [Nasa ScienceSpace.com ; FBI Laboratory ServicesThe New Yorker;Magnificent Desolation]

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas