A tecnologia tátil que pode ajudar a tocar a pessoa do outro lado da conversa por vídeo

Você já pode conversar com pessoas que estão do outro lado do mundo. Em breve, você poderá tocá-las.

Eu estava cética. Dois cubos posicionados lado a lado, como se fossem duas impressoras 3D sem suas entranhas. Me sentei em frente a um deles, como fui instruída a fazer, e coloquei minha mão dentro, em direção a um dedo flutuante. No momento em que achei que atravessaria a ilusão, tive meu momento perfeito “E.T. telefone minha casa”. Juro que consegui sentir o outro dedo pressionando o meu.

Essa foi a mágica e o deslumbramento do HaptoClone, criação do Shinoda Lab na Universidade de Tóquio, no Japão. Eu testei o SIGGRAPH recentemente e mesmo após ter testado diversos óculos de realidade virtual, e também de ter visto diversas renderizações em CGI, esse dispositivo tátil simples me proporcionou aquela que pode ter sido a minha experiência mais interessante.

O HaptoClone trabalha usando ultrassom convergente para dar feedback tátil ao usuário. Uma gama de 1992 transdutores foram instalados dentro do cubo, que grava e replica forças onidirecionais e volumétricas. O feedback é instantâneo, então você pode ter uma sensação realista de que há uma mão do outro lado do cubo tocando a sua.

Mas para a ilusão ficar mais completa, eles adicionaram um truque com um espelho que faz você pensar que vê o objeto que está tocando (é o mesmo truque usado no holograma do Tupac). A combinação do ultrassom junto com as pistas visuais colocadas diante de você fazem parecer que você vive um momento “teletátil” mágico.

HaptoClone

Após tocar o cubo, nós meio que demos um aperto de mão e um high-five. O campo de força não é forte como na realidade – minha mão não ficou parada no ar como ficaria em contato com outra mão humana – mas os detalhes foram o suficiente para eu sentir como se os outros dedos me tocassem.

O que veio em seguida é ainda mais maluco. Uma pequena bola de praia presa a um cabo foi colocada no cubo, e me disseram para acertá-la. Não senti nada detalhado como as texturas, mas posso dizer que foi uma experiência bastante convincente, especialmente na parte em que eu consegui manipular a bola. Eu podia dizer apenas pelo toque e feedback tátil que estava tocando em algum tipo de plástico inflável.

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Em relação a possíveis aplicações práticas da tecnologia, a HaptoClone ainda está bem longe disso. No momento, os cubos são grandes e desajeitados. Além disso, os detalhes físicos não são bons o suficiente para compartilhar informações táteis específicas; serve mais para dar uma ideia geral de que você interage com outro objeto real ou pessoa. Mas a experiência é bem convincente.

Não é difícil imaginar o que vem em seguida. Em tenho uma filha de oito meses de idade e frequentemente converso com meus pais via FaceTime. A primeira reação da minha filha, no início da conversa, é se mover em direação ao iPad na tentativa de tocar o rosco da pessoa que fala com ela, como ela tenta na vida real. Considere uma versão 3D do Force Touch, a interface sensível a pressão do Apple Watch, que permitirá aos meus pais apertar as bochechas da minha filha. Posso facilmente ver isso sendo incorporado às conversas por vídeo do futuro.

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