Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental (NIEHS) dos EUA relacionaram o uso de produtos de alisamento de cabelo ao risco aumentado de câncer de útero. O estudo foi publicado nesta segunda-feira (17) no Journal of the National Cancer Institute.
Os pesquisadores chegaram a tal conclusão após analisar dados de 33.947 mulheres com idades entre 35 e 74 anos. As voluntárias foram acompanhadas por cerca de 11 anos e, ao final, 378 delas desenvolveram o tumor.
Segundo o estudo, apenas 1,64% das mulheres que nunca haviam utilizado alisadores de cabelo desenvolveram câncer de útero. Em comparação, o risco subiu para 4,05% para as mulheres que alisavam o cabelo com frequência – mais de quatro vezes ao ano.
Os cientistas não encontraram relação entre a incidência do câncer e a origem racial. No entanto, eles acreditam que o problema é mais provável de aparecer em mulheres negras, já que essas começam a alisar o cabelo muito cedo e permanecem com o hábito ao longo da vida para se encaixar em padrões de beleza.
Não foram coletadas informações específicas sobre marcas ou ingredientes presentes nos produtos usados pelas voluntárias. Porém, os cientistas explicam no estudo que alguns produtos químicos usados em alisadores, como parabenos, bisfenol A, metais e formaldeído, têm propriedades de desregulação endócrina, podendo estar associados ao aumento do risco de câncer.
Os cremes de alisamento já haviam sido associados anteriormente pelo mesmo grupo de pesquisadores aos cânceres de ovário e mama. Dessa vez, a equipe também buscou associações entre o câncer de útero e outros produtos, como tintas de cabelo ou pós descolorantes, mas não encontrou dados concretos.