Alternativas ao iPad: os principais concorrentes

Só porque muita gente comprou iPads, não quer dizer que você precise também. Existem muitos dispositivos, já à venda ou disponíveis em breve, que fazem as mesmas coisas tão bem quanto um iPad — ou até melhor. Esta é a lista dos melhores:

Só porque muita gente comprou iPads, não quer dizer que você precise também. Existem muitos dispositivos, já à venda ou disponíveis em breve, que fazem as mesmas coisas tão bem quanto um iPad — ou até melhor. Esta é a lista dos melhores:

Apple iPad

Para poder comparar os outros, nós precisamos dar uma olhada na superestrela. Para dar contexto, vamos rever o que o iPad é, e o que ele pode e não pode fazer.
Com o iPad, você leva um tablet com tela LCD de 9,7 polegadas (1024×768) rodando iPhone OS 3.2. Ele tem um processador Apple ARM A4 de 1GHz, e está disponível em versões de 16GB, 32GB e 64GB de armazenamento flash. Você pode escolher uma versão só com Wi-Fi ou com 3G também, e os preços variam de US$500 a US$830. Pelos benchmarks que fizemos, ele é um bicho rápido.

Você também tem acesso à App Store da Apple, com um número crescente de apps (incluindo jogos) sendo criados em "HD", especificamente para o iPad. Sua bateria, segundo a Apple, tem duração de 10 horas de uso constante da bateria (testes reais mostram que este valor é correto), e dura um mês em standby. Parece bom! Até você ver a lista dos problemas do iPad: não tem câmera. Não tem USB, só uma porta de 30 pinos (com um add-on USB à parte apenas para câmeras). Não roda animação nem vídeo em Flash. Tem um teclado virtual problemático. E, claro, não tem multitarefa, mas isso poderá ser resolvido em uma atualização futura.

Há muita coisa da qual abrir mão, e muitas lacunas no argumento para comprar um iPad. Os sete dispositivos a seguir — de tablets a smartbooks a netbooks a leitores de e-book — são alternativas que já vêm com essas lacunas preenchidas.

Notion Ink Adam, tablet com Android

A empresa Notion Ink não tem um histórico nos EUA, mas começar do zero por lá pode ser uma vantagem. O tablet deles vem con Android e possui um design refinado o suficiente, mas o que impresssiona é seu sistema-em-um-chip Nvidia Tegra 2 e a duração de bateria prometida de 16 horas. Ele oferece vídeo em até 1080p em sua tela de 10 polegadas e resolução 1024×600, o que o iPad não consegue (só 720p). Ele tem uma câmera de 3 megapixels (em uma articulação giratória, para virar para frente e para trás), portas HDMI e USB (coisas que o iPad não tem), e sim, um navegador que suporta Flash.

Arma secreta: A tela Pixel Qi do Adam é simplesmente revolucionária. Ela tem um modo LCD com retroiluminação para navegar na web, mas pode ser mudado para um modo reflexivo eletroforético de baixa energia — que parece muito com E-Ink — que é mais adequado aos olhos e leva a duração de bateria a até 160 horas.

Calcanhar de Aquiles: A tela, o fabricante e o dispositivo ainda não foram testados. Fora um hands-on com um protótipo na CES e um vídeo vazado, não vimos muito do Adam, e não poderemos nem apoiá-lo passivamente sem vê-lo funcionando. É uma coisa prometer o mundo; outra coisa é entregar.

Dell Mini 5, tablet com Android

O Dell Mini 5 é o menor tablet na lista, mas isso não é necessariamente uma coisa ruim. O Mark achou que ele é "bem leve e confortável de usar" no hands-on na CES, e também louvou a versão do Android da Dell pela facilidade de uso. A tela LCD multitoque de 5 polegadas do Mini 5 torna-o possivelmente adequado para ser levado no bolso, e ele tem um rápido processador Snapdragon de 1GHz, além de Wi-Fi, 3G e Bluetooth. As duas funções que se destacam, no entanto: uma câmera de 5 megapixels e a capacidade de fazer ligações. A Dell tem sido evasiva em revelar outros detalhes, como preço e data de lançamento, mas o Mini 5 ocupa um espaço único por ser um tablet/celular realmente portátil.

Arma secreta: O chip de celular. Segurar o Mini 5 na orelha vai fazer você parecer que está na década de 90, com aqueles celulares enormes, mas o dispositivo responde à pergunta: pra que comprar um celular e um tablet? Ele é uma solução tudo-em-um que, pelo menos para a gente, parece ter sido executada de forma competente.

Calcanhar de Aquiles: O tamanho. Como o Sony Rolly provou de uma vez por todas, "único" não quer dizer necessariamente "bom". No caso do Mini 5, a tela parece pequena demais para consumir mídia e outros conteúdos, mas o gadget é grande demais para ser usado confortavelmente como um celular no dia-a-dia.

HP Slate, tablet com Windows 7

O Android parece ser o sistema operacional preferido dos fabricantes de tablets que serão lançados este ano, mas a HP resolveu agir com a Microsoft. Isto deu ao Slate deles uma apresentação de alto nível pelo Steve Ballmer na CES, e a confiança de exibir a capacidade de reproduzir conteúdo em Flash. E, a um preço sugerido de US$540, ele pelo menos é um concorrente no preço do iPad, mas ele não deve ser lançado pelo menos até junho (e pode ser lançado depois disso). Peraí: um tablet de uma empresa com boa reputação que tem mais funções que o iPad e custa quase a mesma coisa? Fale mais.

Arma secreta: a HP claramente acha que o Flash será o que diferencia o Slate da concorrência, e eles estão batendo na mesma tecla na campanha de marketing. Mas a questão mais importante é que o Slate terá maior poder de processamento que a maior parte da concorrência — um processador Atom de 1,86GHz. Se eles encontrarem uma forma de aproveitarem isso sem prejudicar a duração da bateria, este gadget será formidável.

Calcanhar de Aquiles: mesmo que a HP tenha colocado a interface TouchSmart em cima do Windows 7, o Slate ainda vem com Windows 7. E tablets com Windows têm um histórico terrível. Por que o novo Tablet PC da Microsoft seria diferente de uma década de fracassos? Este conceito de tablet com Windows 7 — e o misterioso Courier OS que virá um dia — nos faz pensar se a HP escolheu a plataforma certa da Microsoft.

Smartbook Lenovo Skylight

Os smartbooks são uma categoria dormente, já que ninguém ainda sabe exatamente o que eles são. O Lenovo Skylight tem o formato de um netbook bastante fino e os componentes de um smartphone bastante poderoso. Pense nele como um tablet com um teclado físico. Ele tem um design bonito, leve e com Wi-Fi, que terá 3G também. Ele roda um sistema operacional personalizado que é fácil e legal de usar, e a Lenovo já coloca vários "web gadgets" pré-carregados (apps, basicamente) para completar a experiência.

Arma secreta: O teclado. Se os smartbooks vão dar certo, é porque as pessoas vão cansar da experiência insatisfatória de digitação na tela que os tablets oferecem. E, no nosso hands-on na CES, o teclado era muito mais confortável e conveniente para usar e-mail e navegar na web.

Calcanhar de Aquiles: Apps. Enquanto o restante da concorrência tem Android, a App Store ou o que quer que o Windows traga de novo, a Lenovo está sozinha — isto pode ser uma medida arriscada ou uma decisão estúpida. Não há dúvida de que o Skylight tem uma ótima usabilidade, mas quando ele for lançado, pode ser que não haja muito a se usar nele.

Netbook Acer Aspire One 532g

Durante o lançamento do iPad, Steve Jobs disse notavelmente que netbooks "não são melhores do que nada". Mas uma horda de netbooks está chegando agora, e eles podem ser melhores que o iPad. O primeiro deles será o Acer Aspire One 532g, com o mais novo e melhor processador para netbooks da Intel, o Atom N450, além de um processador da próxima geração do Nvidia Ion, com tecnologia Nvidia Optimus. O que significa tudo isso? Que ele será o netbook mais capaz que existe, e bem mais poderoso que qualquer tablet por aí. Dá até para jogar jogos em 3D nele.

Arma secreta: A combinação Nvidia Ion 2/Optimus vai mudar a mentalidade de muitos sobre o que um netbook pode ou não fazer. O Aspire One 532g terá bateria com duração de até 10 horas, e você poderá assitir vídeo em alta definição, jogar World of Warcraft, e lidar em geral com gráficos melhor do que qualquer netbook desta geração.

Calcanhar de Aquiles: Ele será um ótimo netbook… mas ele ainda é um netbook, o que não significa que ele será um concorrente direto do iPad. Ele será mais volumoso. Ele pode custar mais caro. E ele não terá a mesma experiência instantânea de apps que o iPad tem.

Amazon Kindle, leitor de e-book

O Kindle é o vovô dos leitores de e-book, e ainda é nosso favorito no mercado. Ele tem uma tela clara e nítida, uma taxa de atualização boa e, mais importante, a tela de e-ink é ótima para os olhos. Este é um contraste importante para as pessoas que usam o iPad mais para ler: a tela de LCD da Apple pode cansar a vista de algumas pessoas. O Kindle pode ser unidimensional, fazendo basicamente uma só função, mas o preço reflete isto: por 260 dólares, ele sai pela metade do preço do iPad mais barato, com 3G para sempre incluso nesse valor. Com uma bateria que dura uma semana a cada recarga, o Kindle se torna cada vez mais atraente para quem gosta de ler.

Arma secreta: Ser diferente. Ser preto-e-branco e apenas para livros (e revistas e jornais), e ser o melhor no que faz, vai ser decisivo para alguns. Mas a Amazon não parou aí. Eles estão explorando conceitos com tela multitoque, mais próximos a tablets, para o dispositivo deles, e isso pode ser mais uma arma no arsenal.

Calcanhar de Aquiles: Apesar de a Amazon ter liberado um SDK para desenvolvedores recentemente (com parceiros como Zagat e Electronic Arts a bordo), o Kindle ainda está longe de ser algo além de um leitor de e-book. A tela em preto-e-branco pode ser chata demais, e lenta demais. E apesar de haver uma grande expectativa, o objetivo de fornecer uma experiência multicolorida e multitoque no futuro pode ser muito pouco e tarde demais.

Spring Design Alex, leitor de e-book

Quando fizemos o hands-on do Alex, da Spring Design, vimos que ele é um leitor de e-book "para nerds de hardware". Parece promissor. O Alex é um leitor de e-book com Android e duas telas, com uma tela grande de e-ink e outra secundária (ainda grandinha) de LCD. O melhor de tudo, ele roda apps escritos para outros dispositivos com Android, apesar de que instalá-los não é tarefa fácil, já que ele não vem com o Android Market.

Fora isso, o Alex representa o melhor de dois mundos: uma experiência com apps aliada a uma bela tela de e-ink para leitura. E apesar de a loja Borders não ter o mesmo tamanho da Barnes & Noble, ou da Amazon, ou da loja iBooks da Apple, pode-se encontrar uma boa seleção de livros em inglês a um bom preço. Hoje, só é possível comprar uma versão com Wi-Fi, e devido à maior necessidade de internet, se chegar um Alex 3G no mercado, ele provavelmente vai exigir um plano de dados mensal.

Arma secreta: O Nook, da Barnes & Noble, também tem duas telas, mas só o Alex tem um navegador, que permite arrastar conteúdo da tela LCD para a tela e-ink. Isto quer dizer que você pode navegar a uma página e deixá-la carregar na tela de baixo, para depois ler na tela de e-ink. Isto é mais que um truque barato: a capacidade de ler páginas da web na tela maior por longos períodos de tempo fará bem aos seus olhos.

Calcanhar de Aquiles: O preço é meio alto demais: é difícil se imaginar pagando 400 dólares por um leitor de e-books — não importa quantos apps ele possa rodar, ou se o hardware é bom — quando se pode obter um tablet cheio de conteúdo por mais 100 dólares. Além disso, apesar de não termos um review ainda, está claro que este dispositivo será limitado, de certa forma, a quem gosta de mexer no sistema operacional para explorar as possbilidades do Android.


A concorrência no mundo dos gadgets portáteis deve esquentar nos próximos meses. Enquanto alguns destes gadgets não chegam ao mercado, temos com o iPad um gostinho de como será o futuro da computação.

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