Amazônia deve sofrer com secas extremas a partir de 2050

Estudo sugere que as regiões sudeste e sudoeste da floresta, já derrubadas para pastagem e plantação de soja, serão as mais afetadas
Mudanças climáticas devem intensificar períodos de seca na Amazônia
Imagem: Filippo Cesarini/Unsplash/Reprodução

Um estudo liderado por pesquisadores do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático, na Alemanha, analisou os efeitos das mudanças nos regimes de chuva na Amazônia. De acordo com os cientistas, a floresta está perdendo suas “reservas de umidade”, o que pode resultar em secas severas a partir da metade do século.

Pense que tanto o solo quanto as plantas da floresta absorvem a água da chuva. Ao mesmo tempo, são esses elementos que liberam novamente a água por meio da evaporação e transpiração. A reciclagem da umidade é responsável pela manutenção do clima na Amazônia, permitindo as chuvas.

Ao mesmo tempo, é necessário ter uma boa quantidade de água inicial no sistema para permitir o ciclo. Porém, as mudanças climáticas estão diminuindo a oferta – e aí que entra o perigo anunciado pelos cientistas. 

De acordo com o estudo publicado na revista PNAS, as regiões sudeste e sudoeste da floresta, já abertas para a pastagem e plantação de soja, serão as mais afetadas. Mesmo assim, isso não significa que o resto da Amazônia está imune: para cada três árvores que morrem devido a seca na floresta amazônica, uma quarta árvore – embora não diretamente afetada – também morrerá. 

Quando falta chuva em uma região, a reciclagem d’água diminui, prejudicando o regime hídrico de áreas vizinhas. Períodos extremamente secos, como aqueles registrados em 2005 e 2010, devem se tornar comuns a partir de 2050. Depois disso, é esperado que o evento extremo se repita em pelo menos nove anos até 2060. 

De acordo com Ricarda Winkelmann, uma das autoras do estudo, “ainda há muito que podemos fazer para tentar estabilizar a Amazônia, pois preservar a floresta e seus serviços ecológicos é de extrema importância para a estabilidade climática local, regional e global”.

Em comunicado, a cientista falou sobre a importância de proteger a Amazônia da extração de madeira. Além disso, reforçou a necessidade de reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa, limitando o aquecimento global.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas