Andar por uma teia de aranha é uma coisa assustadora. Esses fios pegajosos que se prendem no cabelo e rosto? Eles contêm vestígios das últimas refeições feitas pela aranha, de acordo com uma fascinante análise do DNA da teia de aranha.
Qualquer coisa que entrar em contato com as fibras pegajosas da teia pode deixar um pouco de si mesmo para trás, diz Charles Xu da Universidade de Notre Dame em um estudo publicado na PLOS One. E conforme tecnologias como metabarcoding – perfilamento do DNA de todos os organismos presentes em uma amostra – fiquem mais baratas e confiáveis, teias de aranha podem vir a se tornar uma importante ferramenta de monitoramento ambiental.
Xu demonstrou isso de forma rápida e direta: criando aranhas viúva-negra em uma dieta rigorosa de grilos, coletando amostras de teias de aranha, extraindo DNA e recuperando sequências pertencentes tanto ao predador quanto à presa.
“Isso era originalmente apenas uma ideia divertida e potencialmente útil que tive nos meus tempos de estudante, então não pensei muito em levar para frente,” disse Xu, agora estudante de mestrado em biologia evolucionária. Mas considerando o aumento recente na popularidade do monitoramento de DNA ambiental, Xu agora espera conseguir expandir seu trabalho para desenvolver uma ferramenta que seja amplamente útil a ecologistas.
“O próximo passo é observar o DNA de diversas espécies de aranha em diversos habitats para ver quão útil o DNA da teia de aranha é em condições diferentes,” explicou. “Outra rota potencialmente empolgante é a aplicação na ciência cidadã. Pessoas de todas as partes do mundo podem participar do processo científico coletando teias de aranhas e enviando-as para análise genética. Eu posso, em troca, dizer quais são as criaturas que podem estar vivendo ao redor dessas pessoas.”
Então da próxima vez que você destruir uma teia de aranha, depois de apreciar o belo momento em que você destruiu uma casa construída com os restos das vítimas da aranha, pegue uma amostra dela para a ciência. [PLOS One]
Imagem de topo: Chad Sparkes/Flickr