por Bruno Izidro
A nostalgia é o que pode levar muitos a se interessarem por Star Fox Zero, jogo que foi lançado recentemente para Wii U, principalmente por ele ser uma reimaginação de Star Fox 64, o clássico que sempre está nas nossas memórias quando falamos da série. Só que Star Fox Zero é um desastre tão grande que nem todo esse saudosismo é o suficiente pra salvar ele de ser apenas um jogo ruim.
Olha que as lembranças nos acertam em cheio logo de cara, na primeira fase em Corneria. Parece que ainda está tudo fresco na memória: a arquitetura dos prédios, eles caindo de forma roteirizada, passar por baixo de arcos, ter que salvar um companheiro que pede por ajuda. Não chega a ser idêntico, afinal não é um remake e sim uma reimaginação, mas as semelhanças do clássico do Nintendo 64 estão ali.
Pena que a nostalgia se perde quando Star Fox Zero não replica o quão bom era controlar as naves e veículos de Fox McCloud e sua turma, porque basta colocar as mãos no GamePad do Wii U pra perceber o quão ruins os controles desse jogo são. Mas assim, ruins no nível de dar raiva e nem querer mais jogar. Nada funciona legal e tudo é mal feito.
Em Star Fox Zero, enquanto na tela da TV vemos as naves em uma visão de terceira pessoa, assim como era no Nintendo 64, no GamePad do Wii U há uma visão de cockpit da nave. Esse era o pulo do gato que a Nintendo pensou que daria certo, iria trazer algo de novo e usufruiria do que o Wii U tem de diferente. Teoricamente a segunda tela no GamePad serviria pra ter uma mira mais precisa, na prática é só ruim por causa dos controles de movimento confusos, que mais atrapalham na hora de mirar e acertar as naves inimigas do que ajudam.
O pior é que esse esquema de controle não pode ser desativado, porque toda a jogabilidade de Star Fox Zero foi feita em torno dessa característica. Pior ainda é que o jogo te obriga a usar o recurso frequentemente, principalmente em chefes. Olha pra TV, olha pra tela. Olha pra TV, olha pra tela. A mira jogando pela TV fica sambando por causa do movimento do GamePad e jogar só pela tela do controle é simplesmente ruim por limitar a visão.
É um erro atrás de outro erro e essas falhas são graves o suficiente pra tirar qualquer resquício de nostalgia e vontade de continuar jogando. Nem mesmo as novidades são o suficiente para animar. Uma delas é que a nave padrão de Fox agora pode se transformar no Walker, um veículo com forma de galinha. Ele até bate as asinhas quando plana e é usado pra explorar ambientes fechados.
Outra novidade é o Direct-i, um robozinho que pode ser usado pra hackear coisas quando se está pilotando o Gyrowing. Só que controlar o Direct-i é feito pela tela do GamePad. Ou seja, é bem chato também. Fora que ele é usado em uma fase de stealth meio sem sentido, mas na real poucas coisas fazem muito sentido em Star Fox Zero.
Olha, sendo bem sincero, dá até certa tristeza por Star Fox Zero acabar sendo esse desastre, principalmente pelas pessoas envolvidas. O jogo foi feito pela Platinum Games, o mesmo estúdio responsável pelos ótimos Bayonetta, Vanquish e Metal Gear Rising Revengeance. Todo o trabalho ainda foi supervisionado pela Nintendo e por Shigeru Miyamoto, o lendário criador de Mario e Zelda. Por isso é ainda mais absurdo saber que o resultado saiu tão ruim.
Pelo jeito, para quem ainda está nostálgico por Star Fox e quer jogar algo bom vai ter que se contentar com Star Fox 64 3D, esse sim um remake, que foi lançado pra 3DS há poucos anos. Pelo menos é o que eu estou fazendo depois de desistir de Star Fox Zero e não estou me arrependendo nem um pouco.