Star Wars Battlefront me fez matar Darth Vader para virar Boba Fett
por Bruno Izidro
Eliminar Darth Vader não é uma tarefa fácil. Afinal, foi necessária uma trilogia inteira de filmes para que isso acontecesse, mas essa era a missão que eu e um pequeno grupo da aliança rebelde tínhamos na floresta de Endor. O que estávamos enfrentando era um lorde Sith com muitos pontos de vida e poderes que matavam instantaneamente, incluindo aí o sabre de luz e o famoso estrangulamento pela força, da qual fui até vítima.
Quando o ex-Jedi finalmente sucumbiu, porém, um mal foi substituído por outro e eu – que havia dado o tiro de misericórdia – era agora Boba Fett. A partir daí, comecei a ser eu o alvo do esquadrão de soldados da aliança, mas como o caçador de recompensas mais famoso da galáxia, eu tinha meus recursos para impedir isso.
Esse é um exemplo de partida que se pode encontrar em Star Wars Battlefront. O jogo foi lançado nesta terça-feira (17) para Xbox One, PS4 e PC, mas assim como aconteceu com Need for Speed, quem assina o programa EA Access no Xbox One podia jogar até 10 horas de jogo – e foi dessa experiência que sentimos que a força é forte nesse shooter.
A força já foi interpretada de várias formas no universo Star Wars. Primeiro era algo mais místico na trilogia original, aí inventaram uma explicação científica com os mid-chlorians nos desastrosos episódios 1, 2 e 3. Já em Star Wars Battlefront, o poder da força depende de quão boa está a sua conexão de internet, porque a experiência principal do jogo está focada no multiplayer online.
A ausência de algum tipo de campanha solo, o que traria a oportunidade de até fazer ligação com o aguardado filme O Despertar da Força, pode fazer com que muitos jogadores tenham um mal pressentimento sobre o jogo, mas o exemplo no início do post mostra que, mesmo só com multiplayer, Battlefront consegue ser atraente para os fãs.
Seja por enfrentar e controlar personagens como Luke, Han Solo e Darth Vader ou mesmo pelos simples sons característicos das armas laser, além da trilha sonora tirada dos filmes – o que faz com que uma simples batalha contra Stormtroopers (ou rebeldes) fique muito mais empolgante – o grande trunfo de Battlefront é saber usar o fator Star Wars para melhorar significantemente a experiência de jogo.
Até porque, como um shooter essencialmente multiplayer, ele não apresenta nada de muito novo, com um sistema de progressão de personagens, upgrades comprados com dinheiro do jogo, cartas modificadoras de habilidades e outras características padrão dos FPS que vemos todos os anos.
Tie Fighter vs Millenium Falcon
A “lata velha” mais rápida da galáxia é um dos ícones mais queridos pelos fãs de Star Wars e lá estava eu, com uma satisfação no rosto por ter acabado de destruir a nave. Isso aconteceu durante uma partida no modo “Esquadrão de Caça”, que lembra os clássicos Rogue Squadron e X-Wing vs Tie Fighter, e é mais um exemplo de como o fator Star Wars faz a diferença no jogo.
Até então eu não estava gostando muito do modo, havia algo nos controles dos veículos que ainda me incomodava um pouco e mesmo a visão de dentro do cockpit sendo bem maneira, ela não é nem um pouco funcional na hora de destruir as outras naves. Foi então que, com um simples Tie Fighter, eu comecei a perseguir a Millenium Falcon, e tudo rapidamente mudou para melhor.
No modo, a nave de Han Solo é desbloqueada quando se estar no lado rebelde e ao passar por certos ícones que ficam no cenário. Já para o império, a nave disponível é a Slave I de Boba Fett. Elas são bem mais poderosas e difíceis de derrotar do que as outras, o que fazia a minha perseguição contra ela bem mais emocionante – e fazia o fã de Star Wars dentro de mim despertar rapidamente.
São esses exemplos que fazem com que Star Wars Battlefront, mesmo sendo um game que me pareceu bem competente, fique bem mais valioso por trazer essa experiência de Star Wars nos jogos que há muito não temos. Além disso, ele pega carona no hype absurdo do próximo filme, a poucas semanas de estrear.
O único ponto realmente negativo nem está no jogo em si, já que o preço – R$ 279 nos consoles e R$ 129 no PC – é algo que causa grandes distúrbios na força.