Em meio às buscas pelo submarino que desapareceu enquanto ia visitar os destroços do Titanic, um vídeo viralizou por mostrar a complexidade da operação de resgate.
Criada pelo estúdio espanhol MetaBallStudios, a animação feita em 2021 compara visualmente a profundidade dos mares do planeta, indo do mais raso (mar de Azov, com 14 metros) até o mais profundo (Fossa das Marianas no Oceano Pacífico, com quase 11 km).
Para dar uma dimensão da escala, o vídeo usa como comparação construções famosas, como a Torre Eiffel, a estátua da Liberdade e o Burj Khalifa — atualmente, o arranha-céu mais alto do mundo, com 829 metros.
Os destroços do Titanic aparecem apenas na metade final da animação, localizados a 3,7 km abaixo do nível do mar. Isso é maior do que a profundidade máxima do Mar Vermelho, por exemplo, com seus 3 km.
O vídeo mostra ainda que o Titanic não é o destroço mais profundo já encontrado. Quem fica com esse posto é o USS Johnston, navio da Segunda Guerra Mundial que afundou há 77 anos no mar das Filipinas. Descoberto em 2021, ele está a 6.456 metros de profundidade perto da Ilha de Samar. Confira o vídeo completo abaixo:
Segundo a empresa Oceangate, o submarino Titan tem capacidade para alcançar até 4 km de profundidade. O submersivo está desaparecido desde domingo (18), com cinco pessoas a bordo, incluindo o CEO da Oceangate, Stockton Rush.
Em média, a viagem até os destroços do Titanic leva duas horas e meia. Após uma hora e 45 minutos, o Titan perdeu contato com a embarcação principal. Informações apontam que esse problema já havia ocorrido em outros mergulhos.
Da tragédia ao filme
Tido como inafundável, o Titanic naufragou em abril de 1912, a 600 km da costa do Canadá. O navio saiu de Southampton, na Inglaterra, e teria como destino Nova York, nos EUA. Após quatro dias de viagem, o transatlântico colidiu contra um iceberg e afundou, matando mais de 1,5 mil pessoas dentre os 2,2 mil passageiros.
Por diversos motivos, como a quantidade de vítimas e fato de ter afundado na viagem inaugural, o Titanic entrou rapidamente no imaginário popular. Por isso, durante décadas foram realizadas buscas para encontrar os destroços do navio. Isso aconteceu apenas em 1985 em uma expedição comandada por Robert Ballard.
Desde então, outras expedições foram feitas para investigar os destroços do transatlântico. Em uma delas, o diretor canadense James Cameron usou como parte do filme “Titanic”, de 1997, que se tornou sucesso mundial.
Isso aumentou ainda mais o interesse pela visitação dos destroços, com empresas como a Oceangate levando turistas a bordo de submersíveis – talvez até agora.