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Aparelho inovador de radioterapia vai funcionar dentro de bunker na Suíça

Dispositivo de radioterapia funciona com tecnologia Flash, que direciona a irradiação para o tumor e "quebrá-lo" em menos de um décimo de segundo. Veja mais detalhes

Aparelho inovador de radioterapia vai funcionar dentro de bunker na Suíça

Imagem: Theryq/Reprodução

Um novo aparelho de radioterapia na Suíça promete revolucionar o tratamento contra o câncer no mundo. Trata-se do dispositivo Flash, que usa radiação de elétrons de energia muito alta (VHEE, na sigla em inglês) – tão alta que será instalado dentro de um bunker para evitar possíveis vazamentos. 

O método, em estudo há pelo menos dez anos, será usado em pacientes com tumores mais profundos e, por isso, resistentes a tratamentos convencionais. Ele tem base na tecnologia do CERN (Laboratório Europeu de Física de Partículas) e ficará no Centro Hospitalar Universitário Vaudois, na cidade suíça de Lausanne. 

O projeto abre caminho para aumentar a eficácia da radioterapia em pacientes oncológicos. A radioterapia Flash reduz consideravelmente os efeitos colaterais e aumenta a eficácia na destruição do câncer porque reduz a irradiação para menos de 100 milissegundos – ou um décimo de segundo. 

Ao fazer isso, o aparelho acelera elétrons para tratar tumores de até 20 centímetros de profundidade. Ao mesmo tempo, será compacto o suficiente para caber em um hospital de porte médio. 

A vantagem é que elétrons de alta energia têm foco e orientações mais precisas que são quase impossíveis nos aparelhos convencionais de raio-x. Além disso, são mais compactos e baratos que as atuais instalações de radioterapia baseadas em prótons. 

Por enquanto, o que existe é um acordo entre o CERN, Centro Hospitalar e Theryq, empresa do grupo industrial francês Alcen, para começar o planejamento e desenvolvimento do aparelho.

O projeto conta com financiamento de 25,8 milhões de euros da Fundação Biltema, da Holanda. No câmbio atual, o valor equivale a quase R$ 148 milhões. A previsão é que o dispositivo esteja operacional até 2025, quando começam os primeiros ensaios clínicos. 

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