No início deste mês, a edição norte-americana da revista Elle publicou um perfil atual de Meg White, a tímida ex-baterista do The White Stripes. Foi uma grande conquista, já que a artista está longe dos holofotes há pelo menos 12 anos, desde 2011, quando a banda oficialmente encerrou suas atividades.
Jack White, a outra metade do White Stripes, segue no mercado musical com trabalhos solo e bandas como o The Raconteurs e The Dead Weather. Mas Meg sumiu.
A repórter e editora da Elle, Melissa Giannini, relata que passou 20 anos tentando contar a história da baterista. Embora não tenha topado dar uma entrevista propriamente dita, Meg White aceitou que a reportagem fosse publicada e “deu sua bênção”, conforme conta a jornalista em publicação no seu Instagram.
Como o perfil foi feito
O perfil da baterista aborda diversas questões, como o legado de Meg para a música, sua influência para outras mulheres que queriam tocar bateria, saúde mental e a misoginia do início dos anos 2000.
Giannini escutou vários artistas e outras pessoas que conviveram com Meg para preparar o conteúdo. A cantora Olivia Rodrigo, o músico Kid Congo Powers, o empresário Dave Buick e as escritoras Lizzy Goodman e Jessica Hopper são alguns dos participantes.
“Eles [Meg e Jack White] tinham uma química insana e a forma de tocar da Meg era incrivelmente instintiva, hipnótica e única”, afirmou à revista a guitarrista Corin Tucker, vocalista da banda Sleater-Kinney. “Todos nós sabíamos naquela primeira noite que eles seriam famosos”, lembrou.
Apesar de Meg não romper o silêncio, ela forneceu um depoimento para a reportagem: uma amiga dela, que não quis se identificar, transmitiu seus recados.
“Meg está bem, e é humana. Como tal, ela tem dias bons e dias ruins”, revela. “Ela passou 15 anos viajando e tocando música. Não é tão estranho pensar que ela gosta de estar em casa”, diz a fonte anônima.
Com seus seis álbuns de estúdio, o The White Stripes marcou a história do rock alternativo. O duo formado por Meg e Jack White acabou oficialmente em 2011, mas segue se mostrando relevante. Diversos de seus discos foram reeditados e a banda ganhou uma indicação ao Hall da Fama do Rock and Roll no início de 2023.
Baterista foi alvo de críticas no começo do ano
Em março deste ano, o nome de Meg White entrou para os trending topics do Twitter porque um repórter criticou seu jeito de tocar bateria. O responsável foi o jornalista Lachlan Markay, que questionou as habilidades da artista.
Ele havia dito: “A tragédia do White Stripes é o quão bom eles teriam sido com uma baterista meio decente. Sim, sim, eu ouvi todos os ‘mas é um som cuidadosamente elaborado, caraaaa!’. Lamento que Meg White tenha sido terrível e nenhuma banda é melhor por ter uma percussão de merda”. Depois da repercussão negativa, Markay excluiu a publicação e postou uma série de tweets pedindo desculpas e lamentando o fato de ter alimentado a misoginia.
A reação do público foi imediata. O próprio Jack White, ex-marido da artista, fez uma publicação no Instagram defendendo a antiga parceira de banda dos insultos.
“É simplesmente sexista [a crítica]. As pessoas têm dito o tempo todo que a bateria dela era simplista, mas a banda era só guitarra e bateria. A música deles é simples, e ela tocava exatamente bem e de forma fantástica”, disse o músico Kid Congo Powers sobre a polêmica.
A ausência de Meg na vida pública
“Sou calada. O que posso dizer?”, afirmou Meg White em 2007, em uma entrevista. A estrela está mantendo sua vida privada há muitos anos, e sempre foi quieta e introvertida, mesmo no auge da banda. Em 2005, Jack White deu uma entrevista à Rolling Stone e comentou sobre a personalidade dela.
“Meg sempre diz: ‘Quanto mais você fala, menos pessoas escutam’. Ela está certa. Ela não abre muito a boca. Meg também me lembra de Rita Hayworth. Rita Hayworth nunca olhou nenhuma foto tirada dela. Ela não ligava como ela se parecia ou o que as pessoas pensavam. Isso é impressionante, ser tão forte. Meg é do mesmo jeito. Ela não liga para as fotos ou qualquer uma dessas coisas”, contou o artista.