A Apple anunciou ontem o balanço trimestral referente aos primeiros meses desse ano. Os destaques ficam por conta dos iPhones, com grande crescimento em relação a 2013, e dos iPads, que seguiram caminho contrário e venderam menos do que no ano passado.
A receita trimestral foi de US$ 45,6 bilhões, 4% a mais do que no mesmo período de 2013. Nesse começo de 2014, a Apple teve US$ 10,2 bilhões de lucro – mais do que os US$ 9,5 bilhões de ganhos nessa mesma época do ano passado.
Os números de vendas dos seus dispositivos mostram uma grande diferença na situação atual do iPad e do iPhone. Enquanto o smartphone vende como nunca, o tablet enfrenta uma situação oposta. A Apple vendeu 43,7 milhões de iPhones nos três primeiros meses deste ano – crescimento de 17% em relação a 2013 – enquanto os iPads caíram para 16,35 milhões – 16% menos do que no ano passado.
Tim Cook, em conference call para falar sobre os resultados trimestrais, afirmou que todas as categorias de iPhones venderam mais do que no ano passado – o que significa que o 5S vendeu mais nesse começo de ano do que o 5 no mesmo período do ano passado, enquanto o 5C vendeu mais que o 4S em 2013, e o 4S superou o 4.
O CEO da Apple também destacou a força do iPhone em mercados emergentes: no Brasil, as vendas do smartphone subiram 61% nesse começo de ano. Segundo Cook, este foi o melhor trimestre da história do iPhone nos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). Os preços cada vez mais altos do iPhone por aqui, aparentemente, não impedem o crescimento do aparelho.
Se as coisas vão bem no mundo dos iPhones, o mesmo não pode ser dito do iPad. Cook creditou a queda considerável nos números a dois fatores: uma redução em estoques em relação ao ano passado, e ao sucesso do iPad mini em seu lançamento no fim de 2012. O segundo fator é mais simples de explicar: quando o iPad mini foi lançado, ele rapidamente esgotou e muita gente acabou deixando para comprá-lo apenas no começo de 2013. O mesmo não ocorreu desta vez: a oferta e a demanda do iPad ficaram equilibradas com o lançamento do Air e do novo Mini, então quem queria comprar um tablet no fim do ano passado conseguiu.
Já o outro fator – o dos estoques – envolve a forma como a Apple divulga seus números. Quando ela diz que 16,35 milhões de iPads foram vendidos, não significa exatamente que 16,35 milhões de pessoas pelo mundo compraram um iPad nesse começo do ano – e sim que eles foram enviados a canais de distribuição (entenda “lojas”). E, segundo Cook, havia muito mais iPads em estoque nas lojas no começo do ano passado do que há neste ano.
Bem, essa é uma explicação oficial – é claro que o CEO de uma empresa precisa dar satisfação a seus acionistas em relação aos resultados financeiros. Talvez os motivos desta queda sejam outros, mas é um pouco cedo para falar em uma tendência de queda geral nas vendas do iPad – por enquanto, este é um caso isolado, e Cook ainda acredita que a venda de tablets superará a de PCs nos próximos anos.
Mas não é apenas de iPads e iPhones que a Apple vive, e suas outras linhas de produtos também tiveram seus números divulgados. Por um lado, os Macs cresceram em vendas – de menos de 4 milhões no ano passado para 4,1 milhões neste ano. E os iPods, bem, dão cada vez mais indícios de que estão no fim da vida: foram 2,76 milhões vendidos neste começo de ano, menos da metade dos números do começo de 2013. [Apple 1, 2 via Wired, BusinessInsider, PocketNow]