Durante uma pesquisa no Google, usando dados da tecnologia de detecção LiDAR, arqueólogos descobriram, por acaso, uma das maiores cidades perdidas da civilização maia.
No caso dessa nova descoberta, a segunda maior cidade da civilização maia estava sob a Selva Maya, segunda maior floresta tropical das Américas.
Um dos arqueólogos da equipe, Luke Auld-Thomas, encontrou um enorme dataset de observações feitas por LiDAR da parte da floresta que fica no estado de Campeche.
LiDAR (light detecion and ranging) é uma tecnologia de detecção e alcance de luz para identificar lugares cobertos por florestas.
O dataset era de observações de LiDAR para medir e monitorar as emissões de carbono, que o arqueólogo encontrou na 16ª página de pesquisa do Google, descobrindo, consequentemente, a cidade maia perdida.
Não por acaso, a cidade foi nomeada Valeriana, por ficar a cerca de 16 quilômetros da área analisada pelo dataset.
O arqueólogo criou um modelo de terreno digital após encontrar o dataset no Google, que revelou uma enorme área urbana, desconhecida pela comunidade científica, sendo a segunda maior cidade maia.
Cidade maia era uma capital e segunda maior do México, segundo arqueólogos
“Valeriana tinha todas as características de uma capital política do período Clássico Maia, incluindo templos em estilo de pirâmides, praças fechadas e um layout específico”, afirma o arqueólogo.
É provável que a cidade tenha sido fundada antes de 150 a.C. Contudo, seu crescimento ocorreu entre 750 e 850 a.C, com uma população de quase 50 mil habitantes.
Portanto, a cidade é muito mais populosa que quaisquer antigas cidades de Belize e Guatemala, que fazem parte da Selva Maya. Aliás, Valeriana é a segunda maior cidade maia em termos gerais de população e a maior do México.
De acordo com um estudo sobre a cidade maia, publicado na última terça-feira (29), o LiDAR identificou 6.764 estruturas na área de 16,6 km² – novamente, o número 16. Desse modo, Valeriana foi considerada a segunda maior cidade maia pelos estudos dos arqueólogos.
Marcelo Canuto, co-autor do estudo, ressalta que o uso do LiDAR revolucionou como arqueólogos investigam áreas cobertas por vegetação. E o uso da tecnologia na América Latina nos últimos dez anos conseguiu mapear 10 vezes mais uma área que arqueólogos precisariam de 100 anos para mapear.
Além disso, Canuto destaca a descoberta como mais uma mudança no entendimento ocidental de que os trópicos foram onde as “civilizações morreram”. Pois, em vez disso, essa parte do mundo tinha culturas e sociedades complexas.