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Arqueólogos descobrem três naufrágios no Mar Mediterrâneo; veja fotos

Expedição também fez imagens de três naufrágios encontrados entre 1980 e os anos 2000. Agora, as águas são protegidas pela Unesco

naufrágio no banco sherki

Imagem: Unesco/Reprodução

Uma equipe de cientistas descobriu três naufrágios históricos durante uma expedição arqueológica no Mar Mediterrâneo. Além disso, reuniu imagens em alta resolução de outros três, descobertos entre as décadas de 1980 e 2000.

A expedição aconteceu no ano passado, mas a Unesco anunciou as descobertas na última quinta-feira (8).

Os pesquisadores exploraram o Banco Skerki, nas águas da Tunísia, e o Canal da Sicília, na Itália, em uma viagem de 14 dias, entre agosto e setembro, a bordo do navio de pesquisa francês Alfred Merlin. Eram vinte cientistas de oito países: Argélia, Croácia, Egito, Espanha, França, Itália, Marrocos e Tunísia.

Barco de pesquisa francês Alfred Merlin navegou por 14 dias em águas da Tunísia e Itália. Imagem: M. Pradinaud/Unesco/Reprodução

Eles usaram o sonar do navio de pesquisa para mapear o fundo do mar e vasculharam a região com veículos subaquáticos operados remotamente (ROVs, na sigla em inglês). Estes coletaram imagens e vídeos dos navios e de seus artefatos, alcançando até 900 metros de profundidade.

Descobertas no Banco Sherki

No Banco Skerki estavam os três naufrágios até então desconhecidos pelos arqueólogos. Um deles era um navio mercante, provavelmente do primeiro ou segundo século a.C., que continha ânforas usadas por gregos e romanos para armazenar vinho.

Imagem: Drassm/Unesco/Reprodução

Os outros dois, um barco de pesca de madeira e um grande navio de metal motorizado, seriam do final do século 19 ou início do século 20. No segundo, não havia vestígios de carga, mas as serviolas, braços de ferro usados para abaixar os botes salva-vidas até a superfície do mar, estavam voltadas para fora. Isto indica que parte da tripulação pode ter escapado antes do naufrágio.

Imagem: Drassm/Unesco/Reprodução

O Banco Skerki representa perigo para os navios porque seu fundo rochoso está a menos de 1 metro da superfície da água em algumas regiões. Ele está ao longo de uma rota marítima usada por várias sociedades que atravessavam o Mar Mediterrâneo, e há muitos naufrágios por lá – de navios comerciais antigos a navios da Segunda Guerra Mundial.

Naufrágios no Canal da Sicília

A expedição também revisitou três naufrágios romanos descobertos pelo oceanógrafo Robert Ballard e pela arqueóloga Anna Marguerite McCann entre as décadas de 1980 e 2000. São dois navios mercantes e um navio cargueiro, usados entre o primeiro século a.C. e o primeiro d.C.

Imagem: Drassm/Unesco/Reprodução

Todos tinham artefatos espalhados ao seu redor, no fundo do mar, como ânforas, cerâmicas, materiais de construção, jarros, potes e lâmpadas. Eles provavelmente fizeram parte do antigo comércio no Mediterrâneo e estavam intocados desde a descoberta.

Imagem: Drassm/Unesco/Reprodução

Com a carga de naufrágios como estes, os arqueólogos podem estudar o comércio marítimo que conectava diferentes culturas do Mar Mediterrâneo. A Unesco anunciou que, a partir de agora, as áreas ao redor das descobertas estarão protegidas por sua Convenção de 2001 sobre a Proteção do Patrimônio Cultural Subaquático.

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