Melina Leite afirma que muitos estudos com diferentes abordagens tentam explicar o fenômeno, mas o diferencial desse grupo é utilizar dados de diferentes florestas do mundo, com o acompanhamento de cada árvore durante muitos anos. “Existe um protocolo padronizado: a cada cinco anos, eles [os pesquisadores] visitam a mesma árvore, que recebe uma plaqueta de identificação, e nos censos florestais acompanham sobrevivência, crescimento e doenças”, diz.
As análises apontaram para a maior mortalidade de árvores vizinhas da mesma espécie, fenômeno presente em todo o mundo. Ainda, permitiram observar que o padrão de dependência de densidade negativa foi mais forte em espécies raras de árvores tropicais.
A pesquisadora explica a hipótese levantada pelo grupo: “existe uma regulação mais forte do tamanho populacional de algumas espécies nos trópicos, e com essa regulação há mais mortalidade e menos indivíduos, o que gera o padrão de raridade”. Assim, esse efeito contribui para a diversidade biológica das florestas tropicais em comparação com as florestas temperadas, porque suportam centenas de espécies sem que apenas poucas se tornem abundantes no espaço.