A foto acima mostra a FlipLive, a criação da Flip que nunca existirá nas lojas.
A FlipLive seria a próxima geração de câmeras de bolso da Flip, capaz de fazer streaming de vídeo pela nuvem. Mas a Cisco acabou com a marca antes que a Live estivesse efetivamente viva.
David Pogue, que revelou a existência da FlipLive, argumenta que a Cisco deveria manter a marca viva. Que milhões de pessoas nos EUA compravam câmeras de bolso, além de os produtos serem de boa qualidade. Que elas tinham ótima qualidade de vídeo — comparada com as concorrentes. E que elas eram baratas.
Verdade. Tudo verdade.
Mas lançar a FlipLive seria o início de uma estratégia bem estranha. Ela seria mais cara. Com um preço próximo ao valor de um smartphone, ou até maior em alguns casos. E por mais que ter uma câmera de bolso mais em conta possa ser melhor do que ter um smartphone topo de linha que custa um valor mensal bem alto, o problema é que o tipo de pessoas que estão fazendo streaming de vídeo hoje são as mesmas que estão comprando smartphones. E é preciso ser muito focado em vídeos para carregar mais um aparelho no bolso que faz o mesmo que um celular moderno.
A Flip pode fazer ainda sentido hoje. Amanhã também. E fazer um bom punhado de dinheiro por mais alguns anos. Mas os smartphones estão ficando melhores e mais baratos. E, a longo prazo, o futuro da Flip e de todas as câmeras de bolso é a lata de lixo, ficando nas sombras de aparelhos que acabam de começar a mostrar sua versatilidade e poder. Colocar um rádio sem fio dentro de uma câmera dessas é um exemplo bem claro. Uma camcorder quer ter as vantagens de um smartphones. Mas não consegue, porque não é tão simples como colocar um rádio. Tem a ver com aplicativos, edição de vídeo embutida com filtros e efeitos, a habilidade de trabalhar com vários serviços e enviar o resultado via MMS e todas as outras milhares de coisas que os apps são capazes. E as filmadoras de bolso só tem um jeito de ficar assim. Se transformando em um smartphone.