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Assentos em formato de sela podem ser o triste futuro da aviação doméstica

Em quase toda atividade comercial, busca-se o maior lucro usando a menor quantidade de recursos. O ramo da aviação tem feito isso há um tempo, seja reduzindo o tamanho dos assentos ou cobrando por bagagens sob o argumento de “baratear” passagens aéreas, como aconteceu no Brasil. Os esforços para “otimização” não param e um dos […]

Em quase toda atividade comercial, busca-se o maior lucro usando a menor quantidade de recursos. O ramo da aviação tem feito isso há um tempo, seja reduzindo o tamanho dos assentos ou cobrando por bagagens sob o argumento de “baratear” passagens aéreas, como aconteceu no Brasil.

Os esforços para “otimização” não param e um dos últimos nesse sentido trata de um design super compacto de assentos de avião que, basicamente, farão os passageiros viajarem numa espécie de sela.

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Chamado de Skyrider 2.0 e desenvolvido pela empresa italiana Aviointeriors, a nova disposição de assentos foi exposta durante a Hamburg’s Airplane Interiors Expo, realizada no início desse mês. A ideia é colocar o maior número de passageiros possível em uma hipotética possibilidade de existir uma classe super econômica.

Como sugerido pelo nome, essa é a segunda evolução do modelo idealizado pela companhia italiana. O primeiro foi mostrado em 2010 e nunca foi implementado. Como lembra o FastCo, a companhia aérea econômica Ryanair foi alvo de muitas críticas na época por tentar usar algo parecido em seus aviões.

Segundo a desenvolvedora, esse design ajuda a aumentar em 20% o número de passageiros por voo e pesa 50% menos que os assentos de classe econômica presentes em aviões. Na prática, esses números ajudam a reduzir o custo de combustível por passageiro — o que faz as companhias aéreas olharem assim ? para soluções como essa.

O pessoal do site The Points Guy estava pela feira na Alemanha e passou um tempo num desses assentos, tanto nos de primeira fileira com os que ficam entre fileiras. “A primeira fileira não era nada mal, mas como tenho 1,80 m meus joelhos ficavam colados na parte traseira do assento.”. O estilo de assento que lembro um selim de bicicleta, segundo o pessoal do site, também não incomodou — pelo menos nos 10 minutos de teste.

Aliás, existe até uma explicação para o uso desse formato. Quem detalha a razão é Dominique Menoud, que é diretor da Aviointeriors: “caubóis cavalgam por oito horas em seus cavalos durante o dia e ainda ficam confortável com a sela”. O problema é que durante a atividade, o caubói tem total liberdade de movimento, enquanto em um assento você está limitado por pelos braços do assento ou pelas pessoas que estão ao seu lado.

Ainda não existe alguma aeronave que vá usar esse design de assentos. Por ora, a empresa diz que houve um “grande interesse” da indústria.

De qualquer jeito, você já pode se preparar para um futuro com menos espaço e, se depender da Avioninterios, com “classes” cada vez mais estratificadas e apertadas.

[FastCo e Points Guy]

Todas as imagens por Avionteriors

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