O rapper Sean “Diddy” Combs foi preso em Nova York, nos EUA, na noite desta segunda-feira (16), acusado de extorsão, tráfico sexual e transporte para se envolver em prostituição. Segundo o The New York Times, a prisão ocorreu após uma “acusação por um grande júri”.
O advogado de Diddy, Marc Agnifilo, que defendeu Keith Raniere, o fundador da NXIVM, condenado por tráfico sexual e extorsão, considerou a decisão da Procuradoria dos Estados Unidos uma “acusação injusta”. Ele disse que seu cliente, que se mudou para Nova York na semana passada em antecipação à acusação, cooperou na investigação.
Sean Combs se ofereceu para pagar uma fiança de US$ 50 milhões para liberação da custódia enquanto aguarda seu julgamento. No entanto, promotores federais pedem que o juiz negue a fiança. Se condenado por todas as acusações, o rapper pode pegar de 15 anos a prisão perpétua, de acordo com o NBC News.
Vítimas acusaram Diddy de agressão e abuso sexual
As primeiras alegações de agressão física contra Sean Diddy aconteceram nos anos 1990. Mas a repercussão aumentou no final de 2023, após Casandra “Cassie” Ventura, ex-namorada do rapper, acusá-lo de coerção por meio de força física e drogas por mais de uma década, bem como um estupro em 2018.
As partes resolveram o processo fora dos tribunais. Contudo, em dezembro, outra mulher acusou Combs e outros de um estupro coletivo quando ela tinha 17 anos. Na semana passada, sua ex-colega de banda Dawn Richard, também o acusou de assédio sexual e agressão. Essa foi a décima queixa contra o rapper desde Cassie.
Uma operação começou em março com buscas pelas residências de luxo do músico em Miami e Los Angeles. As autoridades apreenderam narcóticos, mais de mil frascos de lubrificante e três fuzis AR-15 com números de série adulterados.
Em maio deste ano, um vídeo de uma câmera de segurança mostrou Diddy agredindo fisicamente Cassie, dando força às denúncias. Na época, ele se desculpou e afirmou que ficou “enojado” quando fez isso. Entretanto, o artista nega as demais acusações.
Sean Diddy usava empresas e funcionários para ameaçar mulheres
Dono de um negócio global com empreendimentos de mídia, entretenimento e lifestyle, incluindo gravadoras, linha de vestuário, negócios de bebidas alcoólicas, agência de marketing e rede de TV, Sean Combs foi acusado de usar seus negócios a fim de traficar mulheres desde pelo menos 2008.
A acusação alega que o rapper e empresário costumava “intimidar, ameaçar e atrair vítimas femininas”, muitas vezes sob o pretexto de um relacionamento romântico. Ele as forçava se envolver em atos sexuais — muitas vezes gravados para garantir silêncio — com garotos de programa vindos até mesmo do exterior, de acordo com os promotores.
A acusação ainda denuncia uma empresa criminosa em expansão cujos membros incluíam supervisores dos negócios de Combs, entre outros de seus funcionários. Eles organizavam encontros sexuais e ameaçavam vítimas com armas de fogo. Inclusive, algumas delas eram obrigadas a permanecer escondidas para se recuperar dos ferimentos.
Além disso, em uma entrevista coletiva, o procurador dos EUA, Damian Williams, disse que as atividades criminosas de Combs incluem “tráfico sexual, trabalho forçado, sequestro, incêndio criminoso, suborno e obstrução da justiça”. Ele também afirmou que a investigação está “em andamento, tanto em relação a ele quanto a qualquer outra pessoa que acreditamos ter cometido os crimes com ele”.
Com informações da Variety.