Na manhã desta terça-feira (15), os familiares da atriz carioca Léa Garcia, de “Escrava Isaura”, anunciaram no Instagram seu falecimento no Rio Grande do Sul, aos 90 anos. O Festival de Cinema de Gramado homenagearia Léa Garcia hoje. Ela receberia o Troféu Oscarito pelo conjunto de sua obra.
Ao G1, o filho e empresário da artista, Marcelo Garcia, informou que ela teve um infarto. Familiares chegaram a encaminhar Léa para o Hospital Arcanjo São Miguel. Porém, ela não resistiu. “É com pesar que nós familiares informamos o Falecimento agora na cidade de Gramado no @festivaldecinemadegramado da nossa amada Léa Garcia”, diz a postagem.
Vida e obra de Léa Garcia
Léa nasceu no Rio de Janeiro em 1933 e estreou como atriz na peça “Rapsódia Negra”, em 1952. Ainda nos anos 1950, foi para a televisão no programa “Grande Teatro” da TV Tupi. Posteriormente, em 1976, com a vilã Rosa na novela da Rede Globo “Escrava Isaura”, ela rompeu as barreiras de personagens para atrizes negras, tornando-se referência em atuação.
“A gente está vendo muitos jovens negros, temos visto que nas novelas o negro está sempre presente. Eu acho que deveria estar muito mais, porque ele está integrado à sociedade brasileira de uma forma muito mais profunda, e não é retratado assim, seja na televisão, no teatro ou no cinema. Quando em algum filme você vê uma rua inteira só gente branca, se pergunta: ‘O que aconteceu nesse Brasil?”, disse ela ao Memória Globo.
Outros dos trabalhos marcantes de Léa foram em “O Clone” e “Xica da Silva”, bem como no filme “Orfeu Negro” (1957), pelo qual recebeu uma indicação ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes. O último papel da atriz na TV foi como Dona Antônia na terceira temporada da série de comédia “Mister Brau”, em 2017.