Nesta quarta-feira (20), o governo australiano fez um anúncio polêmico. O país vai parar de tentar erradicar o ácaro Varroa — um parasita que mata as abelhas produtoras de mel. Em vez disso, segundo o governo do país da Oceania, tentará controlar sua propagação de outras formas.
A decisão põe fim ao plano de erradicação que já custou de 132 milhões de dólares australianos (R$ 415 milhões, na cotação atual) aos cofres públicos. Desde junho de 2022, quando as autoridades descobriram o ácaro, os australianos já destruíram mais de 14 mil colmeias no sudeste da Austrália com o objetivo de frear a proliferação da doença (sem sucesso).
As autoridades disseram que o recente aumento de novas detecções deixou claro que a infestação do ácaro Varroa é mais generalizada e também está presente há mais tempo do que se pensava.
O governo do país anunciou que o NGM (Grupo de Gestão Nacional), responsável pelo programa de combate à Varroa, tomou a decisão na última terça-feira (19).
A Austrália foi um dos últimos grandes países produtores de mel a manter Varroa sob controle. “O potencial de erradicação [do ácaro] já não é possível… Precisamos agora de trabalhar em colaboração para gerir e minimizar o impacto da Varroa”, disse o comunicado.
O que são os ácaros Varroa, que aterrorizam as abelhas
O ácaro Varroa é o principal inimigo dos apicultores. Somente na República Tcheca, por exemplo, ele foi e responsável pela morte de 35% das abelhas da região.
Especialistas afirmam que o parasita vive tanto dentro das larvas quanto nas abelhas já adultas, absorvendo a hemolinfa (fluido circulatório dos artrópodes). Assim, diminuindo sua massa corporal.
Além disso, o ecologista da Universidade Nacional Australiana, Saul Cunningham, disse que a infestação de Varroa também prejudica as indústrias agrícolas que dependem da polinização.
“O ácaro Varroa causará danos económicos significativos na agricultura e, por isso, é vital que nos concentremos na adaptação à vida com Varroa”, disse Cunningham.