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Como será o avião totalmente elétrico da NASA

A NASA vai colocar nos céus, em até 20 anos, aviões totalmente elétricos para transporte de passageiros. Este é o primeiro passo rumo a esse objetivo.

Apesar de ser mais conhecida por suas empreitadas no espaço, a NASA é também uma agência de aeronáutica. No ano passado, ela anunciou casualmente a intenção de revolucionar a indústria da aviação prometendo colocar nos céus, em até 20 anos, aviões comerciais totalmente elétricos para transporte de passageiros.

Em um primeiro passo rumo a esse objetivo, o diretor da agência Charles Bolden anunciou planos para o X-57, primeiro veículo elétrico da famosa série X-Plane.

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O avião com apenas um assento se chamará “Maxwell” em homenagem a James Clerk Maxwell, pioneiro do eletromagnetismo no século 19. Ele irá demonstrar ideias-chave de engenharia que poderão ser incorporadas nos ambiciosos aviões do futuro livres de carbono.

A principal das inovações do X-57 é o sistema de propulsão, que consiste em catorze motores elétricos posicionados ao longo de asas surpreendentemente finas. Os motores serão alimentados por baterias que podem ser carregadas no solo usando células solares, segundo o Wall Street Journal.

Todos os catorze motores serão utilizados durante a decolagem e pouso, mas apenas dois deles – os maiores posicionados na ponta de cada asa – serão necessários para manter o avião em altitudes de cruzeiro para viagens curtas de até 160 km.

A esperança é que, distribuindo energia elétrica por toda a asa, o avião reduza em cinco vezes a energia necessária para atingir velocidades de cruzeiro de até 280 km/h.

A NASA espera lançar o X-57 até 2020, e ele poderia ser seguido por uma série de cinco aviões elétricos maiores, capazes de suportar mais passageiros e carga, segundo o Washington Post.


O Bell X-1 foi o primeiro avião a quebrar a barreira do som em 1947. Imagem: NASA

Engenheiros e amadores vêm fazendo experimentos com a aviação elétrica durante anos, mas a ideia ganhou impulso recentemente, depois que empresas como Boeing e Airbus lançaram programas de pesquisa dedicados à propulsão híbrido-elétrica e elétrica.

Todos perseguem o sonho futurista de uma alternativa aos jatos comerciais de hoje, que consomem muito combustível e são responsáveis pela poluição de carbono na atmosfera. Com a NASA nessa corrida de aviões elétricos, chegaremos mais rápido a um futuro mais limpo e mais silencioso?

É muito cedo para dizer, mas é interessante notar que os X-Planes – uma coleção de aviões, mísseis e até mesmo naves espaciais experimentais desenvolvidos pela Força Aérea dos EUA e pela NASA ao longo dos últimos 70 anos – já fizeram história antes.

O X-1, pilotado pelo capitão Chuck Yeager da Força Aérea em 1947, foi o primeiro avião a quebrar a barreira do som, dando início a uma nova era de voo supersônico. O avião-foguete X-15, que voou para além da borda do espaço em diversas ocasiões entre 1959 e 1968, foi pioneiro em designs e procedimentos operacionais que contribuíram para o programa Apollo.

O programa X-Plane também supervisionou o design de um avião a jato movido a energia nuclear, mas essa tecnologia nunca decolou. Ainda assim, o X-57 estará sobre os ombros de gigantes.

[NASAWashington PostWall Street Journal]

Conceito artístico do avião X-57 da NASA. Imagem: NASA Langley/Advanced Concepts Lab, AMA, Inc.

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