Balão Mágico, Queen, Titãs e mais: 5 documentários sobre música imperdíveis no Star+
Com um catálogo repleto de produções exclusivas, o Star+ tem se destacado por seus documentários sobre música, como “A Superfantástica História do Balão”, que merece atenção especial por ser a primeira produção brasileira, que chegou ao streaming em julho deste ano.
A lista a seguir destaca “A Superfantástica História do Balão” e outros documentários premiados que abordam grandes artistas, como Paul McCartney, Titãs, Queen, revelando a riqueza e diversidade dos documentários sobre música no Star+.
“A Superfantástica História do Balão”
Produção exclusiva do Star+, o documentário “A Superfantástica História do Balão”, lançado em julho, resgata a trajetória do grupo infantil Turma do Balão Mágico, um fenômeno da música do Brasil na década de 1980.
Os quatro integrantes originais do grupo, Simony, Mike (Michael Biggs), Tob (Vimerson Cavanillas) e Jairzinho (Jair Oliveira), se reencontram para recordar o passado e contar como o projeto musical mudou suas vidas.
Além dos integrantes, “A Superfantástica História do Balão” conta com depoimentos de produtores, compositores, apresentadores de TV, familiares e artistas, como Lázaro Ramos e Fábio Jr.
Em três episódios, a produção aborda algumas polêmicas do grupo. Por exemplo, a série mostra como os integrantes do Balão Mágico, crianças entre 5 e 11 anos, tinham uma rotina cansativa de shows, apresentações em programas de TV, entrevistas e participações em eventos sociais.
O documentário revela que, até hoje, todos os quatro integrantes ainda lidam com a experiência que foi o Balão Mágico.
Por exemplo, em um dos três episódios, Vimerson Cavanillas, o Tob, relembra um momento traumático que ocorreu durante uma gravação para o programa de TV, e chora ao revisitar essa memória. No relato, Tob explica um conflito com um importante personagem da história do grupo, mas vamos evitar spoilers e deixar que você se surpreenda.
“A Superfantástica História do Balão” se sobressai não só por ser um documentário sobre música, mas, também, sobre um dos principais momentos da indústria cultural brasileira.
McCartney 3, 2, 1
Se Messi não existisse, Cristiano Ronaldo seria o melhor jogador deste século? Sem Pete Sampras, Agassi poderia ser o maior de sua época? Ou a história de James Hunt seria diferente caso o acidente de Nikki Lauda fosse fatal?
Essa comparação com diferentes mitos de diferentes esportes representa o que é o “McCartney 3, 2, 1”.
Lançado seis meses antes, em junho de 2021, “McCartney 3, 2, 1” foi ofuscado pelo estrondoso “Get Back”, de Peter Jackson, documentário que apresenta momentos dos Beatles nunca vistos na história da banda.
No entanto, “McCartney 3, 2, 1” tem momentos que superam “Get Back”, principalmente por apresentar a perspectiva atual de um beatle sobre o seu passado musical.
O documentário é composto por seis episódios com um dos maiores produtores musicais da história, Rick Rubin, entrevistando Paul McCartney, sem dúvidas o maior músico da história.
“McCartney 3, 2, 1” é uma experiência cativante, pois sempre há insights do próprio Paul sobre como “Os Quatro Cabeleiras do Após-Calypso” (título do filme “A Hard Day’s Night” em Portugal) saíram de Liverpool para criar algumas das canções mais emblemáticas de todos os tempos.
Um desses insights é quando Paul, notavelmente perplexo com o que sua banda conseguiu fazer, diz: “eu me tornei um fã dos Beatles com o passar dos anos. Na época [da banda], eu era apenas um deles, mas agora que o trabalho dos Beatles está completo, eu ouço algumas músicas e penso: ‘como eles conseguiram criar essas melodias?’”
Por isso, “McCartney 3,2,1” é um presente tão especial quanto “Get Back”, pois é um passeio mágico e misterioso por toda obra dos Beatles cujo guia é Paul McCartney.
Bios. Vidas que Marcaram a Sua: Titãs
Meses antes de anunciar a bem sucedida turnê “Todos ao Mesmo Tempo Agora”, comemorando os 40 anos da banda, reunindo ex-membros em shows por diversas capitais do Brasil, os Titãs lançaram, em julho de 2022, o Star+ lançou o primeiro episódio da série documental “Bios. Vidas que Marcaram a Sua” com uma banda brasileira, os Titãs.
A atual formação da banda conta apenas com três integrantes: Sérgio Britto, Branco Mello e Tony Belloto. No entanto, o documentário entrevista todos os ex-integrantes vivos dos titãs – Nando Reis, Arnaldo Antunes, Charles Gavin, Paulo Miklos e André Jung (primeiro baterista).
O documentário aborda toda a história da banda, desde a sua formação O documentário aborda toda a história da banda, desde a sua formação – quando adolescentes do Colégio Equipe, de São Paulo, decidiram se juntar para tocar juntos –, passando pelo enorme sucesso nos anos 1980 catapultado pelo disco “Cabeça Dinossauro” e por momentos delicados, como as saídas de Arnaldo Antunes e Nando Reis, em 1992 e 2002, respectivamente, e também a trágica morte do guitarrista Marcelo Fromer, em 2001.
Um ponto interessante do documentário é o carinho que os ex-integrantes ainda mantém pela banda, especialmente Nando Reis, cuja carreira solo obteve sucesso comparável ao dos Titãs.
Além disso, visto em 2023, o documentário do Star+ serve como um teaser do que a reunião deste ano constatou: que esses artistas, realmente, são “tão fortes Titãs”, como diz a canção “O Mundo é Bão Sebastião”, do último disco com Nando Reis.
Summer of Soul Summer of Soul (…ou, Quando a Revolução Não Pôde Ser Televisionada)
Merecidamente reconhecido como não apenas um dos melhores documentários sobre música da história, mas também um dos melhores filmes do Século XXI, “Summer of Soul“, foi o vencedor do Oscar de Melhor Documentário em 2022.
Com direção de Questlove, músico conhecido por seu trabalho com a banda The Roots e pelo talk show de Jimmy Fallon, “Summer of Soul” analisa o Harlem Cultural Festival, evento que ocorreu em todos os domingos entre 29 de junho e 24 de agosto, coincidindo, em uma de suas edições, com o Woodstock.
O documentário conta com as filmagens profissionais de todas as edições do festival, imagens de arquivo e entrevistas atuais com artistas e pessoas fizeram parte do público do evento, bem como especialistas para fornecer o contexto social e histórico do período.
Embora tenha sido um enorme festival com artistas consagrados, o Harlem Cultural Festival é bem menos conhecido que o Woodstock, que aconteceu em um dos dias do evento da música negra.
Por isso, o Harlem Cultural Festival ganhou o apelido de “Woodstoock dos Negros”, o que não é ignorado pelo documentário, começando pelo seu nome “Summer of Soul”, um trocadilho com “Summer of Love”, um dos termos que representa o movimento Hippie.
Essa relação com o Woodstock é um tema central do documentário, comentada ao lado de outros tópicos importantes, como a ascensão dos Panteras Negras.
Enquanto os documentários “Woodstock” e “Gimme Shelter” (sobre o trágico show dos Rolling Stones) são consideradas as obras que representam os altos e baixos da música e cultura pop de 1969, Questlove, com Summer of Soul, coloca essa abordagem em outro patamar, entrelaçando o contexto sociopolítico da época, mostrando como o Harlem Cultural Festival se interliga com o movimento negro americano.
Freddie Mercury: The Final Act
Como um tributo pelos 30 anos da morte de Freddie Mercury, o documentário “Freddie Mercury: The Final Act” também mistura música com um dos períodos mais marcantes da história geral.
O documentário explora os últimos dias de vida de uma das maiores lendas da música e seu legado, culminando em um show em sua homenagem, que ocorreu em 1992, em Wembley.
O filme começa com o último show do Queen, em 1986, com mais de 100 mil pessoas na plateia. Ninguém sabia que aquela seria a última vez que o Queen iria tocar ao vivo, mas, após a turnê, Freddie Mercury anuncia aos seus companheiros de banda que não fará mais shows.
Um ano depois, revela ser soropositivo ao seu amigo David Wigg. Assim, o documentário percorre os últimos anos de vida do cantor, com depoimentos emocionantes e suinceros de seus parceiros de banda, Brian May e Roger Taylor.
Mas o principal ponto do documentário é como a mídia britânica tratou a questão da AIDS, tanto antes quanto após a morte de Freddie Mercury. Isso impulsionou seus colegas de banda a criar um de maiores shows da história.
Segundo Brian May, a intenção era não permitir que Freddie Mercury tivesse seu legado manchado em um período em que as mortes por Aids eram consideradas uma vingança divina contra homossexuais.
Esse foi o catalisador para o histórico show de abril de 1992, que contou com bandas de “machões”, como Metallica, Guns ‘n Roses, Def Leppard, ao lado de artistas como George Michael, Elton John e David Bowie.
Bônus: sugestões de companions
Exceto “A Superfantástica História do Balão”, todos esses documentários sobre música do Star+ podem ser acompanhados de outras obras. “McCartney 3,2,1” e “Get Back” são praticamente irmãos, disponíveis em plataformas irmãs, aliás, pois “Get Back” é exclusivo do Disney+.
“Bios. Vidas que Marcaram a Sua: Titãs” tem uma sequência com os “Paralamas do Sucesso”, também disponível no Star+, bem como outros interessantes documentários da mesma série sobre grandes nomes da música argentina, como Luis Alberto Spinetta e Charly Gárcia.
“Summer of Soul”, “Woodstoock” e “Gimme Shelter” formam uma tríade sobre festivais que aconteceram em 1969, mas também é possível incluir “1971: o ano em que a música mudou o mundo”, de Asif Kapadia, diretor dos documentários sobre Ayrton Senna e Amy Winehouse.
Por fim, “Freddie Mercury: The Final Act” pode ser acompanhado de “Bohemian Rhapsody”, filme que conta a história do Queen, e “Rocketman”, sobre a vida de Elton John, ambos também disponíveis no Star+.