Balões de ar quente captam sons misteriosos na atmosfera terrestre

Pesquisadores lançaram balões com microfones de 2016 até abril deste ano. Os sons misteriosos são inaudíveis para humanos
balões de ar quente
Imagem: Sandia National Laboratories/Reprodução

Pesquisadores dos Laboratórios Sandia, nos Estados Unidos, lançaram balões de 6 a 7 metros de diâmetro para captar sons da estratosfera – a segunda camada da atmosfera terrestre, de 18 a 50 quilômetros de altitude –, e encontraram sons misteriosos, cuja origem ainda não foi rastreada.

O experimento aconteceu entre 2016 e abril deste ano, quando Daniel Bowman e sua equipe construíram e lançaram balões de ar quente com materiais comuns e baratos, que podem alcançar 20 quilômetros de altitude. 

“Nossos balões são basicamente sacos plásticos gigantes com um pouco de pó de carvão dentro para torná-los escuros”, explica Bowman em comunicado. “Quando o sol brilha sobre os balões escuros, o ar dentro deles se aquece, e eles flutuam.”

A equipe instalou microfones nos balões que são capazes de detectar sons de baixa frequência e os rastrearam com GPS. Quando recolheram os dispositivos, descobriram que os microfones captaram sons de ondas oceânicas, trovões, terremotos e outros criados pelo homem, como de turbinas eólicas, explosões e lançamentos de foguetes.

Além destes, os balões registraram sons de origem desconhecida. Eram ondas sonoras em frequências menores do que 20 Hertz, chamadas infrassons, inaudíveis para os humanos. Segundo os pesquisadores, os sons ocorreram algumas vezes por hora em alguns dos voos.

A estratosfera é uma camada relativamente calma da atmosfera, e microfones geralmente captam uma variedade de sons por lá que não aparecem em qualquer outro lugar. A ideia da equipe é coletar mais dados acústicos desta camada da atmosfera – e tentar determinar de onde vêm os sons misteriosos.

Os balões construídos pelos pesquisadores do Sandia National Laboratories têm custo aproximado de US$ 50 e podem ser construídos por duas pessoas em 3 horas e meia. Como são baratos e fáceis de se construir e lançar, os pesquisadores teoricamente podem realizar missões de pesquisa com mais frequência e coletar mais dados.

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