Bebê é gerado a partir de esperma congelado por 26 anos na Inglaterra
Peter Hickles, britânico de 47 anos, congelou seu esperma em 1996. O homem tomou a decisão após ser diagnosticado com linfoma de Hodgkin – um câncer que se origina no sistema linfático. O tratamento da doença poderia deixá-lo infértil.
Passaram-se 26 anos e Hickles resolveu usar o esperma congelado, que estava armazenado em um freezer do hospital da University College, em Londres, na Inglaterra. No dia 20 de outubro, nasceu Kai, filho que o britânico teve com sua noiva, Aurelija Aperaviciute.
Esse, no entanto, não foi o período mais longo entre o congelamento de esperma e seu uso. Em 2020, uma menina chamada Molly nasceu a partir de amostras refrigeradas por 27 anos nos Estados Unidos.
Pesquisadores acreditam que o uso de um esperma “mais velho” não apresente riscos à saúde, embora só tenham sido realizados estudos a longo prazo na agropecuária. Até então, a lei britânica permitia que os gametas fossem armazenados por 10 anos, mas esse prazo foi estendido para 55 anos em 2022.
Segundo o The Guardian, o período tem mais relação com o que os parlamentares acham certo para a sociedade do que alguma base científica. O uso de esperma muito antigo, com algumas centenas de anos, por exemplo, poderia levantar questões éticas devido as mudanças na sociedade e no genoma das pessoas.
Outra preocupação é sobre como a diferença do tempo poderia impactar emocionalmente os filhos, que correriam o risco de ter pais biológicos muito velhos ou já falecidos. Por outro lado, o esperma congelado e a fertilização in vitro continuam sendo uma oportunidade para pessoas que, como Hickles, têm dificuldades em gerar descendentes.