Um bebê concebido em 1992 só nasceu no mês passado

Olha só que doideira: no dia 25 de novembro de 2017, uma bebêzinha saudável nasceu de uma mãe de 26 anos, no Tennessee, Estados Unidos. No entanto, o embrião que resultou no bebê foi concebido e congelado criogenicamente em 1992. Agora este é considerado o mais velho embrião congelado a resultar em um nascimento bem […]

Olha só que doideira: no dia 25 de novembro de 2017, uma bebêzinha saudável nasceu de uma mãe de 26 anos, no Tennessee, Estados Unidos. No entanto, o embrião que resultou no bebê foi concebido e congelado criogenicamente em 1992. Agora este é considerado o mais velho embrião congelado a resultar em um nascimento bem sucedido.

Conforme a reportagem da CNN, o casal Tina e Benjamin Gibson, do Tennessee, não conseguiam ter filhos biológicos por conta própria, então optaram por uma inseminação – porém, a inseminação de um bebê a partir de um embrião armazenado em nitrogênio líquido. Essa forma de reprodução assistida não é rara (cientistas fazem isso desde 1984), mas a utilização de um embrião congelado por 24 anos é inédita. Antes desse caso, o recorde era de um embrião congelado por 20 anos.

“Eu só queria ter um bebê”, disse Tina à CNN. “Eu não me importo se ele marca um recorde ou não”.

Emma, a bebê, foi inseminada no mês passado no Tennessee, por Jeffrey Keenan, diretor médico do Centro de Doação de Embriões Nacional dos EUA. O embrião foi congelado no dia 12 de outubro de 1992 por doadores anônimos que passavam por uma fertilização in vitro (FIV).

Durante a fertilização in vitro, muitas vezes embriões são descartados (cerca de 15% a 20% dos casos das FIV resultam em embriões que não são utilizados), mas alguns casais optam pelo armazenamento criogênico. Neste caso, a preservação foi realizada pelo Centro de Doação de Embriões Nacional dos EUA, que trabalha “para proteger a santidade e dignidade do embrião humano”.

O caso demonstra bem como um embrião pode permanecer congelado por um longo período e no futuro ser transferido para uma mulher que espera ter uma criança. Depois de Tina passar por exames médicos e do casal se enquadrar em todas as exigências (uma assistente social entrevistou o casal para assegurar que seriam bons pais, embora eles já tivessem sido pais adotivos de um casal de crianças), eles escolheram um embrião a partir da análise de 300 perfis de doadores.

Esses perfis contém informações genéticas básicas sobre os pais biológicos. Tina e Benjamin escolheram o embrião com base em suas características físicas (o casal se descreveu como fisicamente pequenos e queriam uma criança que combinasse) e com o histórico médico dos pais biológicos. A primeira escolha do casal não foi viável, o que não é surpreendente já que um a cada quatro embriões não sobrevivem ao processo de descongelamento. A segunda escolha do casão foi utilizada e acabou sendo um recorde mundial em termos de viabilidade.

É importante notar que esse é o mais velho embrião congelado resultante em um nascimento bem sucedido conhecido pela ciência. É totalmente possível que embriões mais velhos tenham sido usados. O doutor Zaher Merhi, do New Hope Fertility Center, explica à CNN que as empresas americanas não são obrigadas a registrar a idade do embrião utilizado, apenas a gravidez resultante.

Os pais biológicos da bebê preservaram três embriões, então existe a chance de que ela ainda tenha irmãos ou irmãs biológicas. “Depois de ter um parto natural, eu estou, tipo, ‘nunca mais vou fazer isso de novo””, disse Tina à CNN. “Mas tenho certeza de que daqui um ano, estarei, tipo, ‘Quero tentar ter outro bebê'”.

[CNN]

Imagem do topo: Tubos de vidro utilizados para armazenar embriões congelados (Créditos: AP)

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