Biden se reúne com Amazon, Google e Apple após onda de ataques cibernéticos nos EUA

Presidente falou em união de esforços entre o poder público e o setor privado para frear casos de ataques no meio digital - que, nos últimos meses, fizeram vítimas até dentro do governo americano.
Alex Wong/Getty Images (Getty Images)

O presidente estadunidense Joe Biden se encontrou com lideranças de gigantes do setor de tecnologia dos Estados Unidos nesta quarta-feira (25). A reunião foi convocada para cobrar a maior participação de empresas em assuntos ligados à segurança no meio digital, e tem como pano de fundo a escalada no número de ataques cibernéticos no país nos últimos meses.



Entre os representantes que visitaram a Casa Branca estão lideranças de companhias do Vale do Silício como Apple, Google, Microsoft e IBM. Além disso, a conversa envolveu, também, líderes de empresas importantes do setor bancário e financeiro, dos ramos de água e energia e de educação.

Segundo o governo americano, a ideia é desenvolver, em parceria com nomes-chave da economia nacional, uma estratégia de segurança digital mais sofisticada. Em fala durante entrevista coletiva, Biden definiu a cibersegurança como “um desafio central de segurança nacional”. “Vimos várias vezes como as tecnologias nas quais confiamos, de nossos celulares até a rede elétrica, podem se tornar alvos de hackers e criminosos”, disse.

A Casa Branca destacou, também, que esta “não será a última vez” que o poder público irá envolver o setor privado em decisões estratégicas ligadas à segurança cibernética.

As ameaças em segurança digital dispararam durante a pandemia no mundo todo – como você pode conferir nesta lista elaboradora pelo CSIS (Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais). Órgãos internacionais importantes no combate à Covid-19, como o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) e a OMS (Organização Mundial da Saúde), tiveram que lidar com ataques hackers nos seus servidores.

Esse aumento deu as caras também no Brasil: empresas como a farmacêutica Fleury e, mais recentemente, a Renner, do setor de varejo, foram alvos de ransomwares – ataques cibernéticos em que hackers bloqueiam sites e bancos de dados e exigem fiança para devolver o acesso. Nem o Ministério da Economia passou ileso: em agosto de 2021, hackers também usaram um ransomware para invadir os sistemas da Secretaria do Tesouro Nacional.

Cada vez mais sofisticados, os softwares para invasão de sistemas também fizeram vítimas no próprio setor de tecnologia dos Estados Unidos. No início de 2021, uma falha de segurança nos servidores de e-mail da Microsoft foi explorada por um grupo de hackers chineses. Em agosto deste ano, a T-Mobile, gigante do setor de telecomunicações, foi alvo de um vazamento criminoso que expôs dados de 40 milhões de pessoas.

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Apesar dos fortes esquemas de segurança de informação da Casa Branca, membros do governo dos EUA também foram alvo de ações criminosas no meio on-line. Entre os meses de maio e dezembro de 2020, 24 oficiais federais do Departamento de Justiça Americano tiveram ao menos um de seus e-mails hackeados.

O ataque mais recente à administração pública envolveu servidores do Departamento de Estado – agência do governo americano responsável pela política exterior do país. Servidores do órgão foram tomados por hackers no último dia 21 de agosto.

Guilherme Eler

Guilherme Eler

Editor-assistente do Giz Brasil, são-carlense e vascaíno. Passou pelas redações de Superinteressante, Guia do Estudante e Nexo Jornal.

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