Uma enorme e curta explosão de ondas de rádio rasgando o espaço foi capturada em tempo real pela primeira vez na história – e ela poderá ajudar os cientistas a entenderem de onde essas misteriosas explosões cósmicas vêm. Até agora, só conhecíamos esse fenômeno de dados históricos.
Uma equipe de cientistas da Universidade de Swinburne, em Melbourne, Austrália, identificou a primeira explosão rápida de rádio, às vezes chamada de blitzar, na hora em que ela acontecia. Essas explosões duram cerca de um milissegundo e liberam energia equivalente à que o Sol produz em um milhão de anos. Wow!
Origem misteriosa
A origem da blitzar é um mistério, mas o que quer que a cause “deve ser gigantesco, cataclísmico e [estar] a pelo menos 5,5 bilhões de anos-luz,” de acordo com a pesquisadora Emily Petroff em entrevista à New Scientist. Ela poderia ser uma labareda de uma estrela de nêutrons magnetizada gigante, ou algo totalmente diferente.
Embora nove blitzars já tenham sido captadas desde que a primeira foi descoberta, em 2007, todas até então foram encontradas em dados já existentes – semanas ou anos depois de terem ocorrido. Esta nova observação foi a primeira em tempo real. O registro foi feito pelo Telescópio Parkes, em New South Wales, na Austrália. Quando a observação ocorreu, outros telescópios no mundo inteiro voltaram suas lentes para o ponto onde a blitzar foi vista, próxima à constelação de Aquário. Nenhum teve sucesso.
Os dados que temos, porém, revelam que a radiação produzida pela blitzar é circular, não linear – o que significa que as ondas vibram em dois planos, em vez de um. O que é ótimo! Só que ninguém sabe o que diabos isso significa. Nesse caso, é bom ficarmos de olhos (ou lentes) abertos para flagrarmos outras blitzars. [arxiv.org via New Scientist]
Imagem por Howard Ignatius