Após três meses sem voar depois de dois acidentes fatais na Etiópia e na Indonésia, os aviões 737 Max devem ser alvo de um rebranding ou, em bom português, uma mudança de nome.
Greg Smith, chefe financeiro da Boeing, disse nesta segunda-feira (17) durante o Paris Air Show que a empresa está considerando mudar o nome de seu infame avião, reporta a Bloomberg.
“Diria que estamos abertos a todas as possibilidades”, disse Smith à Bloomberg. “Estamos comprometidos em fazer o que for preciso para restaurá-lo. Se isso significa mudar a marca, pensaremos a respeito. Se isso não acontecer, trataremos este assunto com alta prioridade”.
O comunicado vem dois meses após o presidente dos EUA, Donald Trump, sugerir em um tuíte que a Boeing deveria mudar o nome do 737 Max.
What do I know about branding, maybe nothing (but I did become President!), but if I were Boeing, I would FIX the Boeing 737 MAX, add some additional great features, & REBRAND the plane with a new name.
No product has suffered like this one. But again, what the hell do I know?— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) April 15, 2019
Tradução: O que eu sei sobre branding, talvez nada (mas eu me tornei presidente!), mas se eu fosse a Boeing, eu consertaria o Boeing 737 Max, adicionaria grandes recursos e faria um rebrand do avião com um novo nome. Nenhum produto sofreu como este. Mas, novamente, o que diabos eu sei sobre isso?
A Boeing não respondeu ao pedido de comentário do Gizmodo, mas a companhia disse à Bloomberg que está priorizando a segurança da aeronave no ar. “Nosso foco imediato é o retorno seguro do Max ao serviço e a reconquista da confiança das companhias aéreas e dos passageiros”, disse a Boeing após a e entrevista de Smith. “Continuamos de mente aberta a todos os comentários de clientes e das partes interessadas, mas não temos planos para alterar o nome do 737 Max”.
Como reportado pela CNN, Smith tentou usar a Paris Air Show para tranquilizar clientes esperançosos de que o 737 Max (ou seja lá como vão chamar o avião) estará de volta ao serviço em breve.
“Palavras não são o suficiente para expressar a tristeza e as condolências que sentimos pelas famílias e entes queridos que foram perdidos nestes trágicos acidentes”, disse Smith aos repórteres, de acordo com a CNN. “Temos trabalhado com a FAA e reguladores ao redor do mundo para assegurar que estamos respondendo a todas as dúvidas e abordando quaisquer preocupações que possam ter”.
No entanto, com a Boeing na defensiva, a concorrente Airbus recebeu 100 pedidos de novos aviões e revelou seu novo jato, o A321XLR, de corredor único e longo alcance, que deve entrar em operação em quatro anos, segundo a CNN. Na semana passada, a CNN informou que a Boeing não recebeu novos pedidos nos últimos dois meses. Nem tudo também é desgraça para Boeing, pois a Amazon anunciou na terça-feira que concordou em alugar mais 15 aeronaves da companhia para sua frota de carga.
Como apontado pela CNN, fabricantes de aeronaves nunca mudaram o nome de aviões após grandes acidentes. Mas o 737 Max provavelmente teve uma repercussão muito pior do que qualquer outra aeronave específica — o que levou a consequências na indústria de viagens, com uma série de cancelamentos de voos. Em março, após o primeiro acidente do 737 Max, a plataforma de viagens Kayak começou a permitir que os clientes filtrassem voos com base no modelo do avião.