Boeing 787 Dreamliner, sonho da aviação, vaza combustível pela asa
A Boeing talvez esperasse que 2014 seria um novo começo para o 787 Dreamliner, tido como o futuro da aviação: ele oferece mais conforto aos passageiros, e sua estrutura de fibra de carbono o deixa mais leve e economiza combustível.
No entanto, ele vem sofrendo vários problemas. Há alguns dias, uma das baterias do avião sofreu falhas (de novo); e agora, um voo da Norwegian Airlines foi cancelado depois que uma passageira viu combustível vazando por uma válvula na asa do avião. Não está fácil ser a Boeing.
Felizmente, Ann Kristin Balto notou o vazamento enquanto o avião taxiava na pista, antes de realmente decolar. Depois de alertar a aeromoça, o voo foi cancelado imediatamente.
Sim, foi uma passageira que viu o vazamento e parou o avião logo antes da decolagem, mas uma porta-voz da Norweigian Airlines disse ao jornal The Local que “o piloto teria notado o vazamento com seus instrumentos”. Então tá.
Claro, isso não é necessariamente culpa da Norwegian, especialmente considerando o histórico ruim do Boeing Dreamliner. Kristin disse ao The Local:
Os passageiros não estavam com raiva da Norwegian, mas sentiam que a empresa ficou em uma situação muito difícil após comprar estes aviões Dreamliner.
Mas isso não significa que que a culpa é 100% do Dreamliner! Há sempre a possibilidade de algum técnico descuidado ter deixado aberta a válvula de combustível. De qualquer maneira, não é boa notícia.
Só no ano passado, toda a frota de Dreamliners nos EUA ficou proibida de voar por quatro meses, após uma bateria explodir em Boston. Em Londres, um avião estacionado na pista também pegou fogo por causa da bateria. E na semana passada, adivinhe: mais outro Dreamliner, desta vez no Japão, começou a soltar fumaça – era a bateria de novo.
Estes problemas são causados por fuga térmica (ou aceleração térmica): quando a bateria fica mais quente, ela funciona mais rápido, o que a deixa mais quente, o que a faz funcionar mais rápido, esquentando-a até ela soltar fumaça ou explodir.
Quanto mais células a bateria tiver, e quanto maior ela for, maiores as chances de fuga térmica. E o 787 Dreamliner tem duas baterias enormes: uma de 28,6 kg, e outra de 48,5 kg. A Boeing tentou um redesign da bateria no ano passado, mas obviamente não foi o bastante. [The Local]
Crédito da imagem: Kristin Balto