Boeing Black: um smartphone Android que se autodestrói, feito para espiões
A Boeing revelou hoje o smartphone Black: ele se autodestrói se você tentar invadi-lo. Mas este não é um aparelho para você nem para mim: ele foi pensado para “agências governamentais e empresas envolvidas em defesa e segurança nacional”.
O Boeing Black não vai explodir se um intruso colocar as mãos nele, mas será inutilizado caso alguém tente desmontá-lo. Um advogado da empresa descreve o que acontece:
Não há peças substituíveis no Boeing Black, e qualquer tentativa de manutenção ou substituição de peças irá destruir o produto. O Boeing Black é fabricado como um dispositivo fechado, com epóxi ao redor do chassi e com parafusos, cujas cabeças possuem uma cobertura que identifica tentativas de desmontagem. Qualquer tentativa de abrir o dispositivo ativa funções que apagam os dados e software contidos nele, e o tornam inoperante.
A Boeing revelou hoje algumas especificações do aparelho: touchscreen de 4,3 polegadas e resolução 960×540, processador dual-core de 1,2 GHz, e suporte a 4G LTE, Wi-Fi, Bluetooth 2.1 e cartão SD. Este celular é dual-chip, para o usuário alternar entre uma linha secreta e outra convencional. São 13,25 mm de espessura e 170g.
Além disso, ele é modular: ou seja, você pode acrescentar funções a ele. Há uma porta de expansão para encaixar módulos de sensor biométrico, antena de satélite ou bateria extra. Não é ambicioso como o Project Ara do Google, mas é bem interessante. Também há uma porta PDMI, que pode ser usada para conectá-lo a dispositivos de mídia.
O smartphone roda uma versão modificada do Android com segurança reforçada. Na arquitetura Boeing PureSecure, todos os dados são criptografados, tanto os armazenados no aparelho, como os transmitidos por ele. Também há boot seguro e recursos para manter a segurança mesmo após inserir um dos módulos externos.
Se você quiser mais detalhes, no entanto, será difícil encontrá-los. Qualquer empresa que comprar o Boeing Black terá que assinar um acordo de confidencialidade, afirmando que não vão revelar nada sobre os detalhes internos do aparelho, que a Boeing descreve como “segredo comercial”.
A Boeing diz à Reuters que vem trabalhando neste celular há três anos. Pode parecer estranho que uma empresa de aviação decida vender celulares, mas como nota o TechCrunch, até que faz sentido: “ela está numa posição ótima para comercializar a próxima geração de dispositivos móveis seguros por causa da natureza de seus clientes”. A Boeing trabalha com produtos comerciais e militares, incluindo aviões, foguetes e satélites.
O Boeing Black já é oferecido para alguns clientes da empresa. E quanto custa? É segredo. [Boeing via TechCrunch e Myce]