Ciência

La Niña chega a 60% de chance de ocorrer no verão do Brasil

Enquanto o El Niño ocorre quando há o aquecimento das águas do Pacífico, La Niña se refere ao resfriamento da porção equatorial central
Imagem: Fabio Colombini/Fapesp

Brasil tem cerca de 60% de chance de receber a La Niña, fenômeno que deixa  as águas do Pacífico ficam mais frias, no segundo semestre de 2024. Isso alteraria o regime de chuvas do Brasil.

Os dados são do último boletim da Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA). Ainda segundo o órgão, existe 85% de chance do El Niño terminar entre as próximas semanas de abril até o mês de junho.

“No geral, a previsão para este mês é muito semelhante à do mês passado, e continuamos esperando La Niña para o outono e início do inverno no Hemisfério Norte (cerca de 85% de chance)”, afirma a publicação desta quinta-feira.

Calor recorde

O último mês bateu recorde de temperatura e alcançou e se tornou o março mais quente no registro histórico, segundo dados do Serviço de Mudanças Climáticas da Copernicus.

Este é o décimo mês consecutivo em que essa mudança de recorde acontece – desde junho de 2023, todos os meses foram os mais quentes já registrados na história.

No total, março teve a temperatura média global 0,1°C mais alta que o último recorde do mês, que aconteceu em 2016. Além disso, a superfície do planeta ficou 1,68°C acima da média pré-industrial.

Agora, especialistas aguardam o que acontecerá nos meses de abril e maio. Se a tendência se consolidar, a Terra baterá o recorde de temperatura em um ano completo.

Entenda os fenômenos La Niña e El Niño

Enquanto o El Niño ocorre quando há o aquecimento das águas do Pacífico, La Niña se refere ao resfriamento da porção equatorial central deste oceano. Contudo, assim como seu parente próximo, o fenômeno impacta o clima global.

Isso porque o fenômeno fortalece os ventos alísios, que são massas de ar quente e úmido que se deslocam para regiões de baixa pressão atmosférica pela região equatorial da Terra.

Assim, as águas quentes são empurradas em direção à Ásia. Como resultado, as águas superficiais do Pacífico ficam mais frias que o normal.

Também durante La Niña, as mudanças nas temperaturas do Pacífico afetam os padrões de chuva tropical desde a Indonésia até a costa oeste da América do Sul.

Em geral, os eventos de La Niña acontecem a cada 3 a 5 anos. Mas, ocasionalmente, podem ocorrer em anos sucessivos – o que é o caso desta vez. A última manifestação do fenômeno começou em 2020 e se neutralizou em meados de 2023, pouco antes do El Niño dar as caras.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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