Brasileiros estão comprando menos smartphones, mas estão gastando em modelos mais caros
O mercado brasileiro de celulares em 2018 registrou queda de 6,8% em relação a 2017, de acordo com a consultoria IDC. Foram 46,9 milhões de celulares vendidos – 44,4 milhões foram de smartphones e 2,5 milhões de feature phones, daqueles mais básicos.
Apesar da queda, as fabricantes tiveram 6% mais receita em relação ao ano passado, totalizando R$ 58,1 bilhões. Isso porque o valor médio que as pessoas pagaram por um celular aumentou, de R$ 1.149 em 2017 para R$ 1.307 em 2018.
Ou seja, os usuários estão comprando produtos mais caros. A faixa que mais cresceu foi dos modelos que custam entre R$ 1.100 e R$ 1.999 – eles representam 35,6% do mercado e tiveram uma alta de 73,1% em relação ao ano anterior. Logo em seguida, os smartphones caríssimos de mais de R$ 3.000 registraram alta de 22,2% nas vendas.
Os feature phones sofreram um baque de 16,2% em relação a 2017 e a faixa entre R$ 700 e R$ 1.099 também teve menos compradores, com baixa de 25,8% em relação a 2017 – ainda assim, essa é a faixa mais popular no Brasil:
- 14% dos aparelhos são modelos básicos, de até R$ 699;
- 40% são intermediários, entre R$ 700 a R$ 1 mil;
- 35% são aparelhos mid-high, entre R$ 1 mil e R$ 2 mil;
- 4% são aparelhos high-end, entre R$ 2 mil e R$ 3 mil;
- 6,5% são aparelhos premium, acima de R$ 3 mil.
Renato Meireles, analista de mercado da IDC Brasil, diz que o cenário macroeconômico do País freou o consumo em 2018. “Passamos por três momentos que refletiram negativamente no mercado: a greve dos caminhoneiros, as eleições e a alta flutuação do dólar”, diz. Ele destacou ainda que a falta de novidades nos aparelhos pode ter tido impacto nas vendas.
A previsão para 2019 é de ainda menos vendas, com queda de 4,3% para os smartphones, com 42,5 milhões de unidades comercializadas, e queda de 6,3% para os feature phones, com 2,4 milhões. Ainda assim, a expectativa é que tíquete médio continue aumentando e o faturamento chegue a R$ 62 bilhões ao final de 2019, 7% a mais do que em 2018.