Ciência

Buraco magnético gigante sobre o Brasil está aumentando de tamanho

Campo magnético, uma espécie de escudo protetor contra radiação cósmica e ventos solares, surge a partir das correntes elétricas na região
Imagem: National Oceanic and Atmospheric Administration/Reprodução

A Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas), uma espécie de buraco magnético gigante que está acima nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, está aumentando de tamanho, de acordo com um relatório do governo dos EUA.

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Segundo o relatório, a anomalia magnética aumentou em 5% e está se movendo em direção ao Oeste. “Esse contorno se aproxima da região onde é mais provável que ocorram danos por radiação nos satélites”, disseram os autores.

Segundo dados publicados no Journal of Geophysical Research, o contorno se aproxima da região onde é mais provável que ocorram danos por radiação nos satélites.

O fenômeno ainda é estudado e monitorada por agências espaciais como a Agência Espacial Europeia (ESA), NASA e também pelo Brasil. O país lançou em 2021 ao espaço um nanossatélite com essa missão, o NanosatC-BR2.

Efeitos do buraco magnético

O campo magnético, uma espécie de escudo protetor contra radiação cósmica e ventos solares, surge a partir das correntes elétricas na região, entre outros fatores.

Cientistas afirmam que esse campo magnético é dinâmico e por variar a intensidade em força e direção pode gerar efeitos como a Amas.

Além do funcionamento dos satélites, especialistas alertam que com a baixa na retaguarda em um ponto específico do planeta, ficamos mais suscetíveis a tempestades magnéticas que podem afetar o dia a dia tecnológico na Terra.

No primeiro momento, as agências espaciais querem entender o fenômeno que pode avariar os satélites que passam pela órbita da Terra. Explica o doutor em Física e pesquisador do Observatório Nacional, Marcel Nogueira.

“Por que as agências espaciais têm interesse na anomalia? Porque como essa região tem um campo mais enfraquecido, as partículas do vento solar entram nessa região com mais facilidade, o fluxo de partículas carregadas que passam por aquela área é muito mais intenso”, explica.

Para Marcel Nogueira, entender essas particularidades pode orientar na precaução de blecautes, como o ocorrido em Quebec, no Canadá, em 1989. Quando milhões de habitantes ficaram sem energia elétrica e tiveram transmissões de rádio interrompidas.

“Se gente estuda as tempestades, temos condições de melhorar o nosso sistema de distribuição de energia elétrica e protegendo, evitar esses blecautes”, completa.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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