Uma pesquisa do Instituto Butantan, do Museu Nacional e da UECE (Universidade Estadual do Ceará) descobriu uma nova espécie de cobra nativa da Mata Atlântica, a jiboia-atlântica. A descoberta foi publicada na revista Plos One.
Com nome científico Boa atlantica, em homenagem ao bioma que é seu habitat natural, a espécie era classificada, erroneamente, como uma jiboia comum. Os cientistas levaram cerca de dois anos para analisar as diferenças entre os animais.
Para isso, foi necessário coletar evidências morfológicas e moleculares, por meio do recolhimento do DNA da jiboia-atlântica, comparando-a com outras mil da espécie.
No entanto, além dos exames, outras características visíveis a olho nu revelam diferenças entre as jiboias. A Boa atlantica, por exemplo, tem manchas, coloração e formato diferentes das cobras catalogadas anteriormente.
Segundo as pesquisas, a espécie pode crescer até dois metros e não tem veneno, assim como as outras jiboias. Isso porque elas se defendem através da constrição. Ou seja, as jiboias matam suas presas por asfixia.
A jiboia-atlântica e a preservação do bioma
A jiboia-atlântica é encontrada entre os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Além da cobra, a Mata Atlântica abriga mais de 2.500 invertebrados e mais de 20 mil espécies de plantas, bem como várias outras que ainda não foram descobertas.
De acordo com os estudiosos, no artigo, o nome do novo animal identificado ressalta a importância de preservar o bioma. No RJ, a degradação da Mata Atlântica pela agricultura já chega a 93% em áreas do norte e noroeste do estado e mais de 80% das espécies de árvores exclusivas correm risco de extinção em todo o bioma.
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Com informações do O Estado de S. Paulo.