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Cabo submarino do Google começa a ser instalado em cidade brasileira

Cabo Firmina ligará EUA com a América do Sul, passando por Praia Grande (SP), Punta del Leste (Uruguai) e Las Toninas (Argentina)
Imagem: Unsplash/Reprodução

A cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo, iniciou nesta sexta-feira (17) a instalação do trecho do cabo submarino gigante que conectará servidores do Google nos EUA com a América do Sul.

O cabo Firmina ligará a cidade de Myrtle Beach, na Carolina do Sul, com Las Toninas (Argentina), passando por Punta del Leste (Uruguai) e Praia Grande.

Segundo a prefeitura, seis embarcações, além de mergulhadores, máquinas e operários na faixa de areia, participam da instalação do Firmina. Alguns trechos do mar ficarão isolados para garantir a segurança de pescadores e banhistas. Caso não ocorram contratempos, as obras deverão terminar no próximo dia 27 de novembro.

O cabo será instalado próximo à costa no bairro Maracanã, que também abriga a estação de aterrissagem dos outros cabos submarinos que chegam à cidade, como o Seabras-1 da Seaborn e o Malbec da GlobeNet-Meta. A SubCom é a empresa de engenharia responsável pela construção.

O Google iniciou o projeto do cabo Firmina em 2021. Em setembro de 2023, a empresa conseguiu autorização da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para instalar os cabos submarinos na Praia Grande.

O nome do cabo é uma homenagem à pioneira escritora maranhense Maria Firmina dos Reis. Ela escreveu, entre outros livros, o romance Úrsula (1859), considerado o primeiro livro abolicionista do Brasil e que trazia um inédito ponto de vista dos escravizados. Ela já tinha sido homenageada em um Doodle, do Google, em 2019, que marcou os 194 anos de nascimento da autora.

Recorde submarino

Com 14,517 km de extensão, o cabo Firmina será o mais longo do mundo capaz de funcionar com energia em apenas uma das pontas. Esse tipo de tecnologia permite que o cabo permaneça em atividade mesmo se acabar a luz em algum ponto da rede.

Esse tipo de design é comum em cabos mais curtos, já que os dados são amplificados a cada 100 quilômetros por meio de uma fonte de energia de alta voltagem instalada nas estações onde o cabo aterrissa em cada país. No caso do cabo Firmina foi necessário fornecer uma voltagem 20% maior do que em sistemas anteriores para conseguir essa façanha inédita.

Cabo submarino Firmina do Google, que liga EUA à América do Sul

Cabo submarino Firmina liga os EUA com a América do Sul Imagem: Google/Divulgação

Segundo a Google, o cabo submarino conta com 12 pares de fibra ótica, que permitirão acesso mais rápido e com menor latência de serviços oferecidos pela empresa, como Gmail, YouTube e o Google Cloud. A expectativa é que a capacidade de tráfego internacional para o Brasil aumente em 50%.

Atualmente, o maior cabo submarino do mundo é o 2Africa, que tem aproximadamente 45 mil km de extensão. Com financiamento do grupo Meta e de empresas de telecomunicações, o cabo conectará 33 países entre a Europa, África e Ásia. Ele está previsto para entrar em operação em 2024.

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Igor Nishikiori

Igor Nishikiori

Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Já passou pelas redações da Editora JBC, São Paulo Shimbun, Folha de S. Paulo e Portal R7. Prefere o lado alternativo das coisas, de música a futebol.

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