A Europa ganhou os noticiários nos últimos meses devido as ondas de calor que tomaram conta do continente. Porém, essa não foi a única região do globo afetada pelos efeitos das mudanças climáticas.
Parte da China também está enfrentando temperaturas extremas, que resultaram em secas e problemas de abastecimento. Os cientistas estão acompanhando de perto a onda de calor no país asiático, que se estende a mais de 35 dias, e já a descrevem como a mais severa já registrada no mundo.
Para ter uma ideia, o município de Xunquim, na província de Sujuão, registrou no dia 20 de agosto uma temperatura mínima de 34,9ºC. Na mesma data, a temperatura máxima foi de 43,7ºC. O dia mais quente, no entanto, foi 18 de agosto, com os termômetros marcando 45ºC.
A China viu dezenas de rios secarem. O contratempo prejudicou o fornecimento de energia, já que as hidrelétricas foram impedidas de funcionar. Dessa forma, o país que prometeu neutralizar a produção de carbono até 2060 se viu obrigado a usar carvão para evitar um prejuízo energético maior.
“O que está acontecendo neste verão será o caso básico para a aparência de uma emergência climática, e provavelmente veremos muitas pesquisas e reformulações de políticas… e muito mais atenção em torno da disponibilidade de água”, disse Even Pay, analista da empresa especializada em agricultura Trivium China, ao jornal britânico The Guardian.
Muitas fábricas, escritórios e shoppings também foram instruídos a reduzir o uso de iluminação e ar condicionado para economizar energia. Enquanto isso, alguns civis estão tendo que caminhar mais de dez quilômetros de distância para conseguir carregar seus telefones e se comunicar com amigos e familiares.
Mais de 5 mil fazendas de gado foram atingidas pelo calor extremo, enquanto o Sujuão perdeu cerca de 47 mil hectares de plantações. O prejuízo nas safras pode de alguma forma atrapalhar o mercado de alimentação global, embora os danos ainda não tenham sido contabilizados.