Mesmo figurando na liderança dos países que mais usam agrotóxicos no mundo, segundo a FAO (Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura, na sigla em inglês), o Brasil parece estar caminhando em direção ao maior uso de pesticidas naturais.
Em 2022, os biopesticidas representaram 9% do mercado total de pesticidas no país. O número é baixo, mas já é mais do que o dobro do percentual de 2020, que ficava em 4%. De 2018 a 2022, o mercado brasileiro de biodefensivos cresceu 62% em comparação com o aumento de cerca de 16% no mercado global durante o mesmo período. Os dados são da consultoria S&P Global.
O uso massivo de pesticidas no Brasil tem sido questionado, já que, além dos malefícios para o meio ambiente e para a população, se tornou um ponto de controvérsia em acordos comerciais internacionais, como entre a União Europeia e o Mercosul.
Essa questão destaca a importância não apenas da saúde e da sustentabilidade ambiental, mas também das ramificações econômicas e políticas das práticas agrícolas brasileiras.
O que são pesticidas naturais?
Os pesticidas naturais (ou biodefensivos) são produtos agrícolas desenvolvidos a partir de um ativo biológico, ingrediente ativo com origem natural.
Assim como os pesticidas tradicionais, o uso desses insumos têm o objetivo de eliminar alvos (doenças ou pragas) que prejudiquem a lavoura, mas sem agredir o meio ambiente.
A partir do ativo biológico, que podem ser organismos ou substâncias, pesquisadores desenvolvem formulações biológicas para a comercialização desse ingrediente ativo.
A importância dos biodefensivos
Os desafios da agricultura, num cenário de mudanças climáticas, demandam alternativas cada vez mais diversificadas. Assim, a introdução dos biodefensivos surge como uma estratégia eficiente na produção de alimentos. No Brasil, eles estão presentes em uma variedade de culturas, como soja, milho, algodão, cana-de-açúcar e frutas.
Atualmente, a combinação dessa tecnologia com outras estratégias utilizadas para a proteção de plantas faz parte do dia a dia do campo. Os produtores têm buscado incorporar cada vez mais biodefensivos em suas lavouras a fim de melhorar as práticas de manejo de pragas e a preservação de outras tecnologias.