O Google celebra nesta semana o primeiro aniversário de seu Campus São Paulo, espaço voltado para empreendedores, buscando fomentar o ecossistema de startups no Brasil. André Barrence, diretor do Campus São Paulo, falou com a imprensa antes do início das atividades desta semana – que incluem mentorias, exibição de pitches e um dia de descontração –, destacando os números alcançados pela iniciativa em seu primeiro ano.
Depois de um ano, o Campus São Paulo já conta com mais de 75 mil membros, o que o torna o segundo maior Campus do Google no mundo – a companhia marca sua presença em outro cinco grandes mercados: Londres, Tel Aviv, Seul, Madrid, Varsóvia e, em breve, Berlim. O crescimento rápido, para Barrence, é indicativo da grande demanda reprimida que existia no Brasil por um espaço assim.
Além das startups residentes, cerca de 600 pessoas trabalham diariamente a partir do Campus Café, espaço de convivência da instalação na Bela Vista. Inaugurado em 13 de junho de 2016, o Campus São Paulo já recebeu 466 eventos abertos e gratuitos, 427 sessões de mentoria, mais de 310 horas de evento com especialistas do Google, e hoje o número de startups residentes no local é de 22.
O Programa de Residentes, por sinal, é um orgulho do pessoal do Campus São Paulo. A iniciativa nasceu aqui mesmo e, com o sucesso alcançado, foi replicada nos outros Campus do Google ao redor do mundo. A cada ciclo de seis meses, o time do Campus busca startups e empreendedores inovadores, com negócios em estágio avançado. Quando escolhidas, as startups têm um período de 6 meses de espaço de trabalho permanente no Campus São Paulo, participando de programas de imersão globais, eventos, tendo acesso a conteúdos exclusivos, além de contar com a rede de experts do Google à sua disposição. A contrapartida é que essas empresas precisam estar dispostas a se envolver e compartilhar seus conhecimentos com o ecossistema de startups no local. Mas o que ganha o Google diretamente com isso?
Para André Barrence, algo muito concreto: “(Ganha) Estando muito próximo de startups que estão criando coisas que, de uma maneira ou de outra, a gente acaba tendo um contato muito próximo. Isso, para os times de produto do Google, é muito importante”. Existe uma troca, com os empreendedores se beneficiando do contato com o time de produtos, e estes, com o contato direto com potenciais usuários ou startups que estejam criando coisas para o usuário sobre as quais o Google pouco conheça.
“O segundo benefício bem real é o de adoção de produtos. Existem startups que têm desafios tecnológicos e, a partir dessa interação com os experts do Google, acabam adotando algum tipo de tecnologia que eles sugerem”, completa Barrence, que destaca que não existe nada em letras miúdas que exija que as startups utilizem apenas programas do Google.
Da primeira turma de residentes, o Google tira dois exemplos de sucesso para evidenciar o trabalho que tem sido feito no Campus São Paulo. Dentre as 15 startups selecionadas a partir de 857 inscrições, está a Nama, plataforma SaaS de CRM e chat que usa inteligência artificial para atender usuários conectados por meio de Chat Web, SMS, Facebook, Telegram, entre outros. A startup começou com oito pessoas e, desde então, captou R$ 2,2 milhões em investimentos para o seu negócio, aumentando a equipe para 15 integrantes. Um exemplo de criação da Nama é o “Poupinha”, robô do Poupatempo que auxilia os usuários, esclarecendo dúvidas e realizando agendamentos (foram 420 mil feitos até agora).
De olho nas fintechs
Bem estabelecido, o Campus São Paulo agora mira as fintechs, setor de serviços e empresas do setor financeiro que usam tecnologias modernas criando soluções inovadoras para o campo. A iniciativa do Google anunciou um novo programa para startups do Brasil e da América Latina, o Campus Exchange Latam Founders. Desta segunda-feira (19) até o dia 18 de julho, startups de tecnologia atuantes no setor financeiro podem se candidatar através deste link para o programa.
Nele, empreendedores terão acesso a conteúdos customizados, mentorias com especialistas do Google, conexão com outros agentes do mercado, como líderes de grandes empresas brasileiras e startups financeiras, além de workshops e da proximidade com o ecossistema do Campus.
“As startups locais estão desenvolvendo produtos e soluções que atendem um mercado consumidor que estava à margem dos serviços financeiros tradicionais, suprindo necessidades ainda não atendidas com enorme potencial de crescimento”, afirmou André Barrence, destacando o período de efervescência do ecossistema brasileiro de fintechs.
As fintechs selecionadas serão anunciadas em agosto e passarão uma semana em outubro com o time do Campus São Paulo para uma imersão no espaço, culminando em uma série de eventos de 16 a 20 de outubro, no Campus.
Quem estiver interessado no que o Campus São Paulo oferece em sua semana de aniversário pode acessar esta página, com os temas e horários dos eventos, que vão até esta sexta-feira (23). As atividades incluem um dia de speed mentoring (nesta terça), um Pitch Day (na quinta) e até um “Moms & Dads Day” (nesta quarta), com produtos, serviços e histórias de mães e pais empreendedores.
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Imagem do topo: Leo Escudeiro/Gizmodo Brasil