O câncer pode se espalhar de um órgão para outro através de um processo conhecido como metástase. Basicamente, as células do tumor principal se desprendem e navegam através do sistema circulatório e vasos linfáticos para novas regiões do corpo, gerando uma lesão inédita.
Pense que, inicialmente, o foco do tratamento do paciente seria em apenas uma parte do organismo. De repente, há um novo conjunto de células a ser combatido. Tal fator torna a metástase bastante perigosa, sendo considerada a principal causa de morte em pacientes oncológicos.
Cientistas da importante Universidade de Cambridge, no Reino Unido, querem reverter esse cenário. Para isso, decidiram explorar as causas da metástase, o que pode ajudar na concepção de novas terapias para evitá-la.
A resposta parece estar em uma proteína chamada NALCN (“proteína não seletiva do canal de vazamento de sódio”). Durante testes com camundongos, os cientistas perceberam que, ao bloquear essa proteína, ocorria o desencadeamento da metástase de células cancerígenas nos roedores.
O fenômeno foi observado para cânceres gástricos e colorretais. Segundo os pesquisadores, a ausência de NALCN não alterou a incidência do tumor, apenas aumentou o número de células tumorais circulantes e metástases.
Os cientistas também testaram a inibição de NALCN em camundongos sem câncer. Então, perceberam que a mudança fazia com que células do pâncreas migrassem para o rim, tornando-se células renais saudáveis.
O estudo completo foi publicado na revista Nature Genetics. Agora, os pesquisadores acreditam que a metástase pode não ser um processo anormal ligado à doença – uma informação que deve ajudar na criação de tratamentos para o seu combate.