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Caramujos-gigantes-africanos põem em risco a saúde humana

Quando em contato com humanos, caramujos podem transmitir parasita causador de meningite. Cidade da Flórida já isolou plantações para conter animais

Imagem: PxHere/Reprodução

Autoridades de saúde pública dos EUA têm um novo inimigo: caramujos-gigantes-africanos.

O crescimento nas populações desses moluscos começou a ser observado em junho deste ano, sobretudo na região sul do país. Desde então, agentes locais capturaram pelo menos 1,4 mil caracóis mortos e vivos só no condado de Pasco, na região central da Flórida. Os animais podem medir até 20 centímetros e se reproduzem rapidamente, podendo colocar até 2 mil ovos por ano. 

A cidade de New Port Richey já estabeleceu uma zona de isolamento onde não pode haver remoção de nenhuma planta. O objetivo é impedir que os caramujos se espalhem.

A principal suspeita é que os caracóis tenham se reproduzido após chegarem aos EUA como animais de estimação. Washington proíbe mantê-los sem licença, enquanto, na Europa, é comum que pessoas tenham caramujos criados dentro de casa, como um gato ou um cachorro. 

Em entrevista à BBC, a comissária de Agricultura da Flórida, Nikki Fried, afirmou que esses animais são perigosos pois carregam parasitas que causam meningite em humanos. 

Além disso, os caramujos consomem até 500 plantas diferentes. “São uma clara ameaça aos nossos espaços agrícolas e naturais”, afirmou. O governo da Flórida já treinou cães farejadores para vasculhar jardins em todo o estado a fim de erradicar a espécie. 

Risco à saúde 

Mais que destruir plantações, esses animais são perigosos porque hospedam vermes pulmonares de ratos. Se ingeridos por humanos, podem chegar ao cérebro e causar meningite – infecção das membranas que protegem o cérebro. 

Essa não foi a primeira invasão da espécie nos EUA. Em 1960, o governo norte-americano investiu mais de US$ 1 milhão para acabar com o problema. E a questão só foi resolvida por completo sete anos depois. 

Em 2010, especialistas identificaram uma nova leva de caracóis. A invasão só foi erradicada em 2020, após US$ 23 milhões em inseticidas e tratamentos. Uma área recebe a classificação de área livre de caramujos se ficar sem novas detecções por dois anos. 

Os caramujos têm origem nos países africanos do Quênia e Tanzânia. Agora, porém, já são encontrados com mais frequência no sul e sudeste da Ásia. 

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