Carro elétrico ou etanol: qual é mais ecológico?
Vendido como uma alternativa mais sustentável para a mobilidade urbana, os carros elétricos estão se tornando cada vez mais populares nos grandes centros urbanos. Mas será que eles são realmente mais sustentáveis que os movidos a etanol?
Um estudo feito pela Stellantis — gigante dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën — vai contra o discurso de sustentabilidade dos carros elétricos.
De acordo com a pesquisa, os veículos movidos a etanol são menos nocivos ao ambiente do que modelos elétricos que usam fontes de energia disponíveis na Europa. Entretanto, quando os carros usam a energia brasileira, aí sim eles são mais ecológicos.
Entenda como o estudo foi feito
A Stellantis considerou quatro cenários para a pesquisa em um teste de pouco mais de 240 km:
- Carro a gasolina;
- Carro a etanol;
- Carro elétrico, usando fontes de energia disponíveis na Europa (muitas vezes não renováveis); e
- Carro elétrico, usando fontes de energia brasileira.
O estudo considera todo o ciclo de geração da energia, no conceito conhecido como “do poço à roda”. E os resultados mostram que o carro elétrico que usa a energia elétrica brasileira é o mais eficiente, com emissão de CO2 de 89,2 g/km rodado.
Na sequência, aparece o veículo a combustão abastecido com etanol, com 107,2 g/km. Já o carro elétrico, que usa energia europeia, emite pouco mais de 126 gramas de CO2 a cada quilometro.
Por fim, o veículo menos eficiente é o que usa motor a combustão abastecido com gasolina: 252,1 g/km. Isso significa que o etanol tem uma pegada de carbono 60% menor.
Por que a energia brasileira é mais limpa?
A matriz elétrica brasileira é uma das mais sustentáveis do mundo, já que grande parte da energia elétrica gerada no Brasil vem de usinas hidrelétricas.
Usando essa vantagem ambiental, a Stellantis afirmou em um comunicado que trabalha para desenvolver no Brasil soluções, tecnologias e componentes para veículos híbridos que combinem etanol e eletrificação.
A ideia da multinacional é fortalecer no mercado nacional os modelos híbridos a etanol até 2030. Para isso, a Stellantis criou a plataforma Bio-Hybrid e vai investir 30 bilhões de euros (cerca de R$ 160 bilhões) até 2025 em eletrificação e desenvolvimento e soluções.
“O Bio-Hybrid é uma tecnologia de descarbonização da mobilidade, que privilegia as características e recursos do Brasil, como o etanol e a energia elétrica limpa”, afirmou Antonio Filosa, presidente da Stellantis para América do Sul, em um comunicado da empresa
Vale a pena comprar carro elétrico no Brasil?
Nos últimos anos, o mercado de carros elétricos tem crescido no Brasil. Com montadoras como a BYD e a GWM se instalando no país, o preço dos veículos tem caído rapidamente. Já que a energia brasileira é líder quando se fala em sustentabilidade, vale a pena ter um carro elétrico no Brasil?
Uma das principais vantagens apontadas por especialistas e usuários é o espaço interno. Já que os veículos elétricos não tem motor de combustão, eles tendem a ser mais espaçosos, com um melhor aproveitamento da cabine. Confira outras vantagens:
- Motor mais limpo: os motores elétricos dispensam refrigeração, assim como a injeção de água e óleos;
- Desempenho: motores elétricos normalmente contam com uma aceleração mais rápida e torque instantâneo;
- Economia: além de não pagar por gasolina, os proprietários de carros elétricos no Brasil também podem usufruir de benefícios financeiros, como descontos no IPVA em determinados estados, como Paraná, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal.
Desvantagens de um carro elétrico
Nem tudo são flores, mesmo quando se fala de veículos tão inovadores. O principal ponto fraco dos carros elétricos no Brasil é a infraestrutura de recarga, que ainda está em desenvolvimento.
É verdade que a infraestrutura está em expansão à medida que os veículo elétricos se tornam mais populares. Porém, ainda há poucos postos de abastecimento para carros elétricos no país, principalmente fora das grandes capitais. Outras desvantages inlcuem:
- Dificuldade de encontrar manutenção especializada;
- Tempo total de recarga: o tempo necessário para uma carga completa pode chegar a várias horas, dificultando a vida de quem tem um dia-a-dia corrido.