Cerca de 83% dos radiologistas não conseguiram encontrar o gorila nesta imagem

Você provavelmente já viu o vídeo do gorila dançando que demonstra a teoria da cegueira de mudança – um fenômeno que significa que nós não vemos as mudanças que não estamos esperando. Agora, um experimento atualizado mostra que o mesmo pode acontecer com radiologistas que analisam tomografia computadorizada (TC). Um grupo de cientistas do Brigham and Women’s […]

Você provavelmente já viu o vídeo do gorila dançando que demonstra a teoria da cegueira de mudança – um fenômeno que significa que nós não vemos as mudanças que não estamos esperando. Agora, um experimento atualizado mostra que o mesmo pode acontecer com radiologistas que analisam tomografia computadorizada (TC).

Um grupo de cientistas do Brigham and Women’s Hospital em Boston, nos Estados Unidos, quiseram verificar se o antigo experimento do gorila dançante funcionava apenas porque os indivíduos do teste eram ingênuos, inexperientes e, por tanto, menos conscientes. Então eles pensaram em ver se radiologias – as pessoas que analisam as imagens médicas como raio-X e TC – cairiam no mesmo truque. A Association for Psychological Science explica:

Eles recrutaram 24 radiologistas experientes e credenciados – e um comparável grupo de voluntários ingênuos. Eles rastrearam os movimentos dos olhos enquanto examinavam imagens de TC de cinco pacientes, cada uma formada de centenas de imagens de um tecido pulmonar. Cada caso tinha cerca de dez nódulos (sinais minúsculos de câncer pulmonar) escondidos em algum lugar, e os radiologistas eram instruídos a clicarem nesses nódulos com um mouse. No caso final, os cientistas inseriram uma pequena imagens de um gorila (uma homenagem ao trabalho original) no pulmão. Eles queriam ver se os radiologistas, focados em encontrar os nódulos, seriam capazes de rapidamente detectar o gorila… O gorila era minúsculo, mas enorme em comparação aos nódulos. Ele tinha mais ou menos o tamanho de uma caixa de fósforo – ou 48 vezes o tamanho do nódulo.

Depois deles acabarem de verificar as imagens o tempo que quiseram, os cientistas perguntaram: o último teste tinha algo diferente? Você notou algo incomum no último teste? E finalmente: você viu um gorila no último teste? Vinte dos 24 radiologistas falharam em ver o gorila, apesar de passarem por ele mais de quatro vezes em média. E isso não era porque era difícil vê-lo: ao mostrar a imagem de novo após o experimento, todos eles encontraram o gorila. Os dados de rastreamento dos olhos mostraram claramente que muitos não viram o gorila mesmo olhando diretamente para ele.

O que podemos aprender com o experimento? Bem, o ponto não é repreender os radiologistas. Em vez disso, o teste foi feito para investigar de pessoas altamente treinadas eram menos suscetíveis ao fenômeno da cegueira da mudança. Claramente, não são.

No entanto, é difícil ignorar o fato que 83% de pessoas altamente treinadas não conseguiram ver o que poderia ser uma anomalia que podia gerar risco à vida. Se fosse um tumor, e não um gorila, poderia não ser detectado – e certamente isso é algo que causa preocupação. [Psychological Science]

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