Cheiro de fruta madura pode impedir avanço de células cancerígenas, diz estudo
Um novo estudo revelou uma descoberta surpreendente: o cheiro de fruta madura pode ter um impacto significativo no combate ao câncer. Pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) conduziram experimentos que indicam que certos compostos voláteis liberados pelo aroma das frutas maduras podem inibir o crescimento de células cancerígenas.
Quais frutas foram pesquisadas?
A pesquisa concentrou-se em moléculas voláteis presentes no cheiro de frutas como morangos, framboesas e laranjas. Segundo a pesquisa, essas moléculas, quando inaladas, parecem ter efeitos benéficos no combate ao câncer.
Dessa forma, um extrato de morango foi testado em células cancerígenas da mama em cultura. Em seguida, os resultados mostraram que o extrato de morango ajudou a matar células cancerígenas e a bloquear o crescimento de tumores.
Já no caso das framboesas, estudos indicam que elas podem aliviar os efeitos colaterais da quimioterapia, como problemas de memória e concentração.
A revista científica eLife publicou a pesquisa que detalha, assim, a descoberta.
Novo tratamento contra o câncer?
Para chegar a esses resultados, a equipe de cientistas expôs moscas (Drosophila melanogaster) e ratos a diferentes doses de vapores de diacetil, durante 5 dias.
O diacetil é um composto volátil liberado pela levedura na fermentação de frutas. De acordo com os pesquisadores, a substância desencadeou grandes mudanças na expressão genética nas moscas. Incluindo nas células do cérebro dos animais, e nos pulmões dos ratos.
Em testes adicionais em células de câncer humano, a equipe descobriu posteriormente que a exposição ao diacetil preveniu a proliferação do neuroblastoma — câncer infantil comum, que cresce em partes do sistema nervoso ou nas glândulas adrenais.
“O fato de a exposição a um odor poder alterar diretamente a expressão de genes, mesmo em tecidos que não possuem receptores de odor, foi uma surpresa completa”, disse em um comunicado Anandasankar Ray, professor de biologia molecular e principal autor do estudo.
“Essas moléculas conseguem chegar ao núcleo da célula através da membrana celular”, explicou por fim o cientista.