Chineses estão fazendo cópias xing-ling de aviões da Boeing
As fabricantes chineses são especialistas em fazer cópias baratas de tudo, incluindo iMacs, capas de DVDs ou este aparelho “estilo iPhone”. Mas agora parece que eles estão muito próximos de copiar um produto bem mais complicado: aviões da Boeing.
Não é de hoje que a China copia aviões: no final da década de 1990, militares chineses usaram peças recuperadas de um bombardeiro stealth abatido para construir seu próprio Chengdu J-20, modelado no americano F-117 Nighthawk.
A China também já fez cópias xing-ling para usar na aviação comercial. Trata-se do MA-60, criado por engenharia reversa a partir de jatos militares da Rússia. Só que o MA-60 tem um histórico horrível: eles sofreram diversos acidentes na China.
Por isso, eles resolveram vendê-lo para países do terceiro mundo, como Egito e Paquistão. “Quando a Air Zimbábue comprou dois, a China ofereceu um terceiro de graça”, diz a Newsweek. Eles até deram um de graça para o rei de Tonga, país da Oceania.
Mas este ano, os acidentes envolvendo o MA-60 ficaram muito evidentes para passarem despercebidos. Em junho, na Indonésia, um desses aviões quebrou ao meio após aterrissar. Depois, na Birmânia/Myanmar, outro MA-60 derrapou para fora da pista – e todos os aviões deste modelo foram proibidos de voar no país.
No entanto, agora os chineses têm um modelo melhor para copiar. O repórter Hugh Gallagher, da Newsweek, encontrou um piloto contratado para levar um metalúrgico até um hangar distante de uma companhia aérea chinesa. Eis o que ele diz:
Dentro havia oito aviões. Eles eram verdes – o metal parecia semelhante ao de jatos sem pintura, comprados direto da fábrica da Boeing. Quatro desses aviões estavam intactos, mas os outros foram meticulosamente desmontados em um universo de peças, espalhadas em grandes espirais que desapareciam na imensidão distante do hangar. Os metalúrgicos importados de Cingapura surgiram para se juntar aos engenheiros chineses, ocupados em fazer a cópia xing-ling. Armados com transferidores, réguas, pranchetas e smartphones, este pequeno exército de gênios da engenharia reversa mediam os aviões dissecados, incluindo até o comprimento e a espessura dos parafusos.
Agora que um novo aeroporto sensacional foi inaugurado em Shenzhen, faz sentido que a China queira alguns jatos novos para acompanhá-lo. E, à medida que a população chinesa usa cada vez mais o transporte aéreo, é de se esperar que eles o façam em seus próprios símbolos de orgulho nacional.
Só esperamos que eles copiem o avião certo da Boeing: por exemplo, o 747 é sensacional, mas o 787 Dreamliner ainda tem problemas a resolver. [Newsweek]