China cria versão própria do GPS, e ela já está funcionando

Se a Rússia tem sua versão do GPS (o GLONASS) e a Europa também está fazendo o mesmo com o Galileo, por que a China – uma das maiores economias do mundo – não faria o mesmo? A China já tem o sistema de geoposicionamento Beidou-1 desde 2000, mas ele é limitado ao país e conta […]

Se a Rússia tem sua versão do GPS (o GLONASS) e a Europa também está fazendo o mesmo com o Galileo, por que a China – uma das maiores economias do mundo – não faria o mesmo? A China já tem o sistema de geoposicionamento Beidou-1 desde 2000, mas ele é limitado ao país e conta com apenas três satélites. A dominação mundial, no entanto, começa agora: o Beidou-2, versão do sistema que se tornará global, já está em operação.

O que significa Beidou?

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Beidou, em mandarim, significa Grande Carro: é o nome dado ao agrupamento das sete estrelas mais brilhantes da constelação Ursa Maior. Há duas versões do Beidou: a primeira (Beidou-1), existente desde 2000, é limitada à China e usada pela indústria de pesca, meteorologia, transporte e telecomunicações no país; e o Beidou-2, também chamado de Compass, vai se expandir ao mundo inteiro até 2020.

Por que o Beidou é importante?

O Beidou reduz a dependência da China com o GPS, uma tecnologia do governo americano, controlada pelo Departamento de Defesa. Isto significa que eles poderiam realizar operações militares sem interferência dos EUA – que hoje podem desligar o sistema para ninguém poder usá-lo em certas áreas do globo.

Qual a precisão do Beidou?

Para civis, a precisão será de até dez metros. O Beidou também conseguirá gravar velocidades com margem de erro de até 0,2m/s e sincronizar relógios com uma precisão de 0,02 milionésimos de segundo. O GPS, por sua vez, promete precisão de 7,8m. Esta é a precisão do sistema puro, que pode ser ampliada com outros sistemas – como o aGPS, encontrado em celulares.

Assim como o GPS, o Beidou tem dois modos: civil e militar. E as forças armadas da China terão uma precisão ainda maior, mas não dizem quanto.

As forças armadas dos EUA e outras agências usam sistemas de aumento de sinal que fornecem maior precisão. O GPS.gov afirma que “eles permitem posicionamento em tempo real por até alguns centímetros, e mensurações pós-missão em nível de milímetros”. Hoje, a Força Aérea americana e a Lockheed Martin estão trabalhando no GPS III, que deve aumentar bastante a precisão enquanto fornece um sinal mais forte, mais difícil de obstruir e capaz de penetrar em áreas onde o GPS atual não funciona.

Que área o Beidou cobre?

Hoje, para o Beidou-2, a China tem dez satélites de geoposicionamento em órbita cobrindo a China. Até 2012, eles terão 16 para cobrir a maior parte da Ásia, e até 2020, eles vão cobrir o mundo inteiro com 35 satélites.

Como a China pode usar o Beidou?

Como explica a BBC, a China poderá mover navios e aviões de civis pelo mundo todo sem depender de outro país para um sistema de posicionamento global. As forças armadas já usam o sistema para definir alvos de mísseis com grande precisão.

Quem ganha com isso?

Fora as forças armadas da China, o sistema econômico do país ganha um empurrão graças ao Beidou. De acordo com o chefe do projeto, que conversou com o China Daily, ele “vai criar um mercado de até 400 bilhões de yuans (US$61,54 bilhões) até o final de 2020”.

Ele é compatível com o GPS?

De acordo com a estatal chinesa que comanda o Beidou, o sistema deles é compatível com o GPS americano, com o GLONASS russo – que também já está em funcionamento – e com o Galileo europeu. [Beidou e China Daily via BBCGPS.govLockheed Martin]

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