Pesquisadores chineses conseguiram uma façanha que promete revolucionar a física: dois relógios foram sincronizados por meio do uso de raios laser. O experimento com o relógio óptico foi realizado por pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da China em Hefei — com a liderança do físico Jian-Wei Pan — e teve um artigo publicado na revista Nature.
Desde 1967, o conceito de “segundo” conhecido pela humanidade para o cálculo do tempo é feito a partir de relógios atômicos — que usam átomos de césio-33. Na prática, um segundo é o tempo que leva para ocorrer 9.192.631.770 oscilações da radiação micro-ondas que os átomos absorvem e emitem quando alternam entre certos estados.
Relógios ópticos, entretanto, calculam o “segundo” a partir da alta frequência de elementos como estrôncio e itérbio, que divide o tempo em frações ainda menores. Para o experimento chinês, a equipe enviou dois comprimentos de onda de luz visível e outro por um link de fibra óptica a uma distância de 113 km.
Ao comparar as pequenas diferenças entre os sinais captados nos receptores, foi observado ser possível disseminar o tique-taque com uma estabilidade alta o suficiente para perder ou ganhar apenas um segundo a cada 80 bilhões de anos.
O método se mostrou o mais estável para a transmissão de sinais que a humanidade tem até agora. Porém, ele ainda precisa ser testado em condições, como atmosfera adversas e turbulências.
Além da contagem do tempo, o esperado é que esse tipo de transmissão de sinais também ajude em sistemas de comunicação de naves espaciais.