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Cidade das pérolas do século 6 é encontrada em ilha dos Emirados Árabes

Segundo os pesquisadores, a cidade das pérolas era habitada o ano todo, com o tamanho das casas ditando o status social de cada morador

Cidade das pérolas do século 6 é encontrada em ilha dos Emirados Árabes

Imagem: Hannes Grobe/AWI/Reprodução

Arqueólogos encontraram na Ilha de Siniyah, nos Emirados Árabes, uma das cidades que extraíam pérolas mais antigas do Golfo Pérsico. O local data do final do século 6, apontando para o período pré-islâmico. 

Cidades de pérola tão antigas quanto essa já haviam sido citadas em textos históricos, mas esta é a primeira fez que cientistas investigam tais áreas fisicamente. 

A ilha em que fica a nação faz parte de Umm al-Quwain, um emirado a cerca de 50 quilômetros a nordeste de Dubai. Seu nome, Siniyah, significa “luzes piscantes” – uma possível referência ao efeito do Sol escaldante. Arqueólogos também já encontraram no local um antigo mosteiro cristão que data de 1,4 mil anos atrás.

A cidade das pérolas

A cidade das pérolas se estende por cerca de 12 hectares. A equipe identificou no local diversas casas feitas de rochas de praia e argamassa de cal. Enquanto algumas residências possuíam apenas quartos apertados, outras contavam até mesmo com pátios amplos. O tamanho das casas parecia apontar para a posição social daqueles que viviam nelas. 

Segundo os pesquisadores, há evidências de que os povos antigos habitaram a cidade das pérolas durante o ano todo, e não apenas de forma sazonal, como cientistas já haviam observado em outros locais. 

A equipe encontrou dentro das casas pérolas soltas e também pesos de mergulho, que os catadores de ostras utilizavam durante o serviço. Na época, os trabalhadores contavam apenas com o controle da própria respiração para executar o serviço. 

O trabalho era perigoso e extremamente demorado. Os arqueólogos encontraram próximo ao local um lixão cheio de detritos de conchas descartadas. Segundo os cientistas, os trabalhadores encontravam apenas uma pérola para cada 10 mil ostras, havendo assim um desperdício colossal. 

A extração de pérolas, no entanto, colapsou após a Primeira Guerra Mundial. Isso ocorreu devido a Grande Depressão e a entrada das pérolas artificiais no mercado.

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